Fonte: Globo.com
Um estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostra que, em um ranking mundial de roubo de cargas, o Brasil empata com o Iraque em número de roubo de cargas e é o oitavo país mais perigoso do mundo para este tipo de transporte. A entidade divulgará nesta quinta-feira (16) um estudo que mostra as consequências econômicas para a sociedade destes crimes. No Estado do Rio de Janeiro, uma carga é roubada a cada uma hora e meia. O número de casos triplicou desde 2011.
“O Rio de Janeiro, em número absolutos, é o segundo estado em número de roubos de carga no país, ficando atrás somente de São Paulo, com uma diferença de 79 casos. Mas, proporcionalmente, o RJ registra 55 roubos de cargas a cada 100 mil habitantes, e São Paulo registra 22. Ou seja, somos quase 3 vezes mais perigosos que são Paulo”, explicou Riley Rodrigues, gerente de estudos de infraestrutura da Firjan.
Os altos números geram relutância das seguradoras em trabalhar com caminhões que virão para o Estado do Rio de Janeiro. Isso influencia a estrutura econômica do RJ.
“Existe um prejuízo todo em cadeia. Porque você tem, só na carga, R$ 619 milhões em 2016. Você tem um custo maior para o produtor, um custo maior de frete, que repassa ao comércio e repassa ao consumidor. Como o Estado não tem repasse de cargas sobre mercadorias roubadas, não tem imposto sobre a venda, ele arrecada menos, com menos recursos para investir em segurança e cria um círculo vicioso. Ou seja, um impacto social, econômico e um aumento da violência”, detalhou Rodrigues.
A Firjan faz parte de um movimento nacional que alerta para as consequências na sociedade do roubo de cargas e da necessidade de combate efetivo a este tipo de crime.
“Nós decidimos reunir todos estes movimentos, federações de indústria, transporte, sindicatos, produtores, para fazer um movimento nacional. É hora de dar um basta neste crime. O Brasil é hoje o oitavo país mais perigoso do mundo para o transporte de cargas. Na nossa frente, apenas países em guerra. Então, é hora de dar um basta nessa situação”, afirmou Rodrigues.