A redação da revista Caminhoneiro foi procurada pela Polícia Militar do Estado de São Paulo para mostrar que o policial, também, é um verdadeiro motorista profissional.
Semelhante a um caminhoneiro tradicional, o policial/caminhoneiro deve ser cuidadoso, ter muita prudência, pois a atividade de dirigir requer atenção constante e responsabilidade. Entre os desafios que enfrenta, no seu dia a dia, está defender a sociedade e, em boa parte dessa caminhada, a companhia desse profissional é o caminhão. Independentemente do modelo do veículo, o que define um policial/caminhoneiro de verdade é a sua bagagem e a sua determinação para continuar trilhando o caminho com responsabilidade.
O Centro de Motomecanização, da Polícia Militar de São Paulo, possui uma frota composta, atualmente, por Scania G420, cavalo- mecânico equipado com semirreboque Guerra; Ford Cargo 1217, 815, 815e e 816; Iveco 160E211 e 160E21; Mercedes-Benz Axor 3344; VW 16.210 e 17-210. Os caminhões são utilizados no transporte de suprimentos, fardamentos, materiais bélicos, materiais de construção, materiais inservíveis, viaturas, pessoas etc.
Para exercer a função de motoristas dessas viaturas pesadas são, aproximadamente, 22 policiais/caminhoneiros. Como caminhoneiros tradicionais, todos são apaixonados por essas máquinas. Na vida do policial/caminhoneiro não existe rotina. Ele se desloca do Centro de Motomecanização na Capital e tem destinos diversos cumprindo a escala de serviço conforme designação do setor de planejamento, ou seja, um dia está prestando apoio de transporte na Capital, outro dia na Grande São Paulo, litoral, interior e/ou até em outros Estados dependendo da solicitação.
As maiores dificuldades na operação assemelham-se à dificuldade de todos os caminhoneiros do Brasil, nas operações em centros urbanos por conta do trânsito, pavimentação e dimensões dos quartéis e ou locais de retirada e entrega dos materiais. Enfim, todos os motoristas têm que ser “bons de braço” para as manobras nessas circunstâncias.
Um desses policiais/caminhoneiros que tem orgulho das duas profissões é o Cabo Anderson Leite Cavalcante, 18 anos de corporação e 8 anos na Seção de Apoio de Transportes-CMM. “Particularmente, é um sonho realizado desde a minha primeira infância. Tinha o desejo de ser caminhoneiro ou motorista de ônibus, nasci em São Bernardo do Campo o berço dos caminhões e ônibus do Brasil nas fábricas Scania, Mercedes-Benz e Ford eram quase vizinhas da minha casa e o caminhão sempre me trouxe fascínio. Órfão de pai vivo e de mãe aos meus 11 anos, fui morar com minhas tias, madrinha e alguns amigos, na busca de direcionar minha vida, decidi seguir a carreira militar e o ‘Criador’ trilhou meu caminho e hoje sou caminhoneiro policial”, diz orgulhoso.
A semelhança desses valentes profissionais pode ser notada no amor pelo serviço, combinando o homem, o caminhão e a estrada no cumprimento de sua missão e a satisfação em servir ao próximo.
Cuidados com os pesados
Para ficar com a manutenção em dia, os veículos passam por uma manutenção, de primeiro escalão, feita de forma rotineira, por todos os motoristas. Já as manutenções preventiva e corretiva são feitas por empresas contratadas através de licitação ou pelos mecânicos especializados.
Como os caminhoneiros tradicionais, os policiais caminhoneiros também possuem treinamentos e estão sempre se reciclando para conhecer as novas tecnologias no mundo do transporte de cargas. “Toda tecnologia é bem- vinda em qualquer setor e não poderia ser diferente no setor de transporte no caso o caminhão, visar primeiramente preservação da vida e segurança viária com dispositivos e sensores auxiliares de segurança, também a preservação do meio ambiente com dispositivos de tratamento dos gases emitidos na combustão, porém jamais devem substituir o material humano”, diz o Cabo Anderson.
O recado é unânime dos policias caminhoneiros: “aos meus irmãos caminhoneiros(as) mantenham em ordem as manutenções preventivas, principalmente, os dispositivos de segurança, evitem o uso de medicamentos, drogas e qualquer tipo de entorpecentes para retardar a natureza no intuito de produzir mais, o resultado disso pode ser fatal. Lembre-se a sua família e o progresso do Brasil depende de você”.
Como surgiu o Centro
Criado em 23 de março de 1948, após um processo de reorganização institucional, o Centro de Motomecanização, chamado à época de Serviço de Transporte e Manutenção (STM) teve sua sede original à "Rua da Piscina", onde hoje funcionam as piscinas da Escola de Educação Física da Polícia Militar. Datado de 1940, antes da reorganização, sua denominação inicial era "Serviço de Transporte" e subordinava-se diretamente ao Quartel General. Tinha por finalidade o transporte de tropa e material.
A frota era composta de Jeep Willys, que eram denominados viaturas de turismo que serviam aos comandantes, hoje chamadas de viaturas orgânicas, e por caminhões Chevrolet e guincho Fargo, todos fabricados em 1946, num total aproximado de 200 veículos.
Essa frota era utilizada no serviço de Rádio Patrulha, Policiamento de Tático Móvel e Transporte de Tropa, sendo que o guincho amparava inclusive o Corpo de Bombeiros. Com a criação do Serviço de Transporte e Manutenção o antigo Serviço de Transportes passou a integrar a esse novo órgão. Na década de 60, o Serviço de Transporte e Manutenção mudou-se para a Rua Alfredo Maia, onde hoje está o Centro de Material Bélico - CMB, e também esteve anexo ao então Batalhão de Guardas, atual 2º BPChq, na Rua Jorge Miranda.
O Serviço de Transporte e Manutenção era dividido em: Seção de Manutenção de Viaturas; Posto de Lavagem; Borracharia e Vulcanização; Almoxarifado Geral; Setor de Combustível. A Seção de Manutenção ainda era subdividida em: Seção de Motores; Seção de Câmbio e Diferencial; Seção de Pátio (Freio, Suspensão e Amortecedores); Seção de Funilaria em Geral; Seção Diferencial; Seção de Pátio (Freio, Suspensão e Amortecedores); Seção de Funilaria em Geral; Seção de Pintura; e Seção de Tapeçaria. A 1ª Seção que era composta de tornos, frezas, plainas e bancadas de ajustagem, que realizava o serviço de retifica de motores; Seção de Ferraria (apoio ao Regimento de Polícia Montada "9 de Julho”); e Seção de Carpintaria.
Pelotão de Escoltas
O Pelotão de Escoltas, criado em 30/10/1947, à época do antigo Serviço de Transporte. Por volta de 1966, o Serviço de Transportes e Manutenção construiu um carro de corrida utilizando os chassis e diferencial fabricado pela Chevrolet em 1961, o motor de uma Corvette doada por CHICO LANDI, o câmbio de um veículo Jaguar e a carroceria foi feita a partir de uma revista italiana de carros de corrida, sendo que o veículo foi testado em Interlagos, porém não competiu em nenhuma prova de automobilismo e por fim foi doado a um colégio de freiras.
Ainda em 1966 foi adquirida a 1ª frota de veículos VW Sedan, com motores de 1200 cilindradas que foram pintados de preto e branco e eram empregados juntamente com os Jeeps nos serviços de Rádio Patrulhamento. Por volta de 1967 um veículo VW-1300 teve seu motor convertido para a utilização de álcool como combustível trabalhando no Rádio Patrulhamento como teste, sendo que posteriormente a frota passou a ser adquirida com motor de fabrica movido a álcool.
Em 1969 foi adquirida uma frota de veículos Corcel fabricados pela Ford do Brasil. Também em1969 passou a funcionar o posto de lavagem e abastecimento no Serviço de Transportes e Manutenção da antiga Guarda Civil na Rua Coronel Antônio de Carvalho, 155, no Bairro de Santana, onde a partir de 1970 passou a funcionar todo o Centro de Suprimento e Manutenção de Material Bélico (CSM/MB). Por volta de 1974, o Serviço de Transporte (ST) subordinado ao antigo Serviço de Transporte e Manutenção (STM) mudou-se para a Rua Vilela, 31, no Bairro do Tatuapé.
Em 1989 através do Boletim Geral nº 093 o nome CSM/MB mudou para CSM/MM (Centro de Suprimento e Manutenção de Motomecanização) e o Serviço de Transporte, da Rua Vilela, passou a ser chamado de Seção de Apoio e Transporte (SAT). Em 2017 a Seção de Apoio e Transporte mudou para a Rua Coronel Antônio de Carvalho, 155, onde se encontra até hoje. Em 2018, através do Boletim Geral n° 212, o CSM/MM passou a ser chamado de Centro de Motomecanização, atual nome da Unidade.
Fotos: divulgação Polícia Militar de São Paulo
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!