A Daimler Trucks, uma das maiores fabricantes de caminhões do mundo, apresentou hoje, na Alemanha, sua estratégia tecnológica para eletrificação de veículos, atendendo desde a distribuição urbana até o transporte rodoviário de longas distâncias. Dessa forma, a Companhia reafirma o seu compromisso com as metas de Proteção ao Clima estabelecidas pelo Acordo de Paris.
O evento focou especialmente a tecnologia de caminhões movidos a célula de combustível com base em hidrogênio para operações de transporte em longas distâncias. O caminhão “GenH2 Truck” da Mercedes-Benz, que hoje tem sua estreia mundial como veículo-conceito, marca o início da propulsão por célula de combustível.
Com o “GenH2 Truck”, a Daimler Trucks está demonstrando pela primeira vez quais tecnologias específicas a Companhia está desenvolvendo a toda velocidade para que caminhões pesados movidos a células de combustível possam executar operações de transporte exigentes de longa distância com autonomia de até 1.000 quilômetros ou mais em um só tanque de hidrogênio. A Daimler Trucks planeja começar testes do “GenH2 Truck” junto a clientes em 2023. A produção em série deverá ter início na segunda metade desta década. Graças ao uso de hidrogênio líquido em vez do gasoso, com sua maior densidade energética, o desempenho do veículo está planejado para igualar o de caminhões equivalentes convencionais movidos a diesel.
A Daimler Trucks também apresentou hoje, pela primeira vez, uma prévia do caminhão para longas distâncias movido exclusivamente por bateria, o “eActros LongHaul” da Mercedes-Benz, que foi projetado para cobrir rotas regulares planejáveis de maneira eficiente quanto ao consumo de energia. A Companhia planeja disponibilizar o “eActros LongHaul” para produção em série em 2024. Sua autonomia com a carga de uma bateria será de aproximadamente 500 quilômetros.
Além dessa novidade, com o eActros da Mercedes-Benz para serviços urbanos de distribuição, apresentado em 2018 e que já foi testado intensivamente por clientes em operações de transporte do dia a dia, a Daimler Trucks dará início, no ano que vem, à produção em série de um caminhão pesado movido puramente por bateria. A autonomia desse eActros de série, com apenas uma carga de bateria, vai ultrapassar notavelmente a do protótipo de aproximativamente 200 quilômetros.
A Daimler Trucks está buscando programar de forma similar veículos para os mercados norte-americano, japonês e para a Europa. Até 2022, o portfólio da Daimler Trucks para essas regiões deverá incluir veículos de produção em série com propulsão elétrica por bateria. A Companhia também tem a ambição de oferecer somente veículos novos que sejam livres de emissões de CO2 para operações de transporte (conceito "do tanque à roda”) na Europa, América do Norte e Japão até 2039.
Como uma nova arquitetura de plataforma modular mundial, o trem de força "ePowertrain" será a base tecnológica de todos os caminhões de produção em série médios e pesados, livres de emissões de CO2, totalmente elétricos da Daimler Trucks – seja com propulsão exclusivamente por baterias ou por células de combustível baseadas em hidrogênio. Essa tecnologia apresentará altos níveis de desempenho, eficiência e durabilidade. Com o “ePowertrain”, a Daimler Trucks planeja obter sinergias e economias de escala para todos os veículos e mercados em questão.
Martin Daum, CEO da Daimler Truck AG e membro do Conselho de Administração da Daimler AG, e Sven Ennerst, membro do Conselho de Administração da Daimler Truck AG para o Desenvolvimento, Aquisições e Região China, apresentaram a estratégia tecnológica na cidade de Berlim. Entre os participantes estava Andreas Scheuer, Ministro dos Transportes e de Infraestrutura Digital.
Alternativas livres de emissões de CO2 para caminhões
"Estamos buscando nossa visão de transportes livres de emissões de CO2 com foco em tecnologias genuinamente neutras em CO2, energia por bateria e células de combustível à base de hidrogênio, que têm potencial de sucesso no mercado no longo prazo”, diz Martin Daum. “Essa combinação nos permite oferecer aos nossos clientes as melhores opções de veículos para cada aplicação. A energia da bateria será mais usada para transporte de carga com peso menor e que operem em distâncias mais curtas. A célula de combustível tende a ser a opção preferida para cargas mais pesadas e distâncias mais longas".
De acordo com o executivo, os clientes tomam decisões de compra racionais e não estão dispostos a fazer concessões quando se trata da adequação de seus caminhões para o uso diário, sua capacidade de carga e autonomia. “Com os conceitos de propulsões alternativas da Mercedes-Benz (GenH2, eActros LongHaul e eActros) e nossos caminhões elétricos das marcas Freightliner e FUSO, temos claro foco nas necessidades dos clientes e estamos criando alternativas genuinamente neutras quanto às emissões de CO2 para eles.
Estabelecemos as principais especificações tecnológicas para os nossos caminhões elétricos de maneira que as necessidades sejam conhecidas por todos os envolvidos desde o estágio inicial”, ressaltou Martin Daum. “Agora, fica a cargo daqueles que definem as políticas, outros players e a sociedade como um todo fornecerem as condições estruturais corretas. Para tornar os veículos totalmente elétricos e livres de emissões de CO2 competitivos são necessárias ações governamentais e das autoridades de regulamentação, incluindo-se a infraestrutura para a carga e para a eletricidade 'verde' e para a produção, armazenamento e transporte de hidrogênio líquido ecologicamente correto".
Andreas Scheuer, Ministro dos Transportes e Infraestrutura Digital da Alemanha, diz: “Precisamos de veículos com zero emissão de CO2. Isso inclui caminhões com células de combustível à base de hidrogênio. Há um enorme potencial inerente ao hidrogênio para a proteção do nosso meio ambiente e uma economia forte. É por isso que financiamos o hidrogênio como combustível de transporte há mais de dez anos - um exemplo atual é o caminhão-conceito apresentado hoje. Continuaremos a fornecer forte apoio ao desenvolvimento de trens de força ecologicamente corretos e inovações. Isso incluirá, mas não se limitará, a expandir significativamente o financiamento de veículos”.
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