Nas gerações de “lixos” intervêm diversos fatores: os fornecedores, os fabricantes, os usuários para citar alguns. Para exemplificar os conceitos acima e quem é responsável por o que, usarei um exemplo bem conhecido dos caminhoneiros: o pneu!Neste caso específico vale a pena mencionar que o Brasil foi um dos primeiros países a criar legislação específica sobre a destinação ambientalmente correta dos pneus através de resolução n. 258 de agosto 1999 (18 anos atrás) do Conama- Conselho Nacional do Meio Ambiente. Esta resolução estabeleceu que o fabricante ou importador, que comercializa pneus, passasse a ser responsável pela destinação ambientalmente correta dos mesmos quando inservíveis.
Finalmente, um produto adequado é colocado a rodar no mercado! E agora?Mas vamos pensar agora como nós e nosso bruto afetamos o pneu às vezes acelerando seu desgaste! Sim, ambos são responsáveis por minimizar o desperdício do pneu. Como? O bruto precisa estar com a sua geometria ajustada (suspensão) e seus freios em perfeitas condições, pois caso contrário o pneu terá sua vida encurtada substancialmente pesando no bolso do caminhoneiro. Manutenção preventiva e corretiva são as ferramentas à disposição para tal fim. Outro fator fundamental é nossa forma de conduzir o bruto. Arrancadas bruscas, freadas continuas, por exemplo, são alguns fatores sob nosso controle que geram sobreaquecimento dos pneus, ocasionando desgaste prematuro. Conduzir suavemente um bruto não é uma contradição, mas sim uma maneira de prolongar a vida dos pneus e às vezes as nossas também. Lembre-se que a temperatura é o maior inimigo da borracha, matéria -prima do pneu! Outro fator de suma importância é rodar com o pneu correto para sua aplicação e a pressão correta dos mesmos como estabelecido pelos fabricantes. Este cuidado reduz em muito o desgaste dos pneus, evita sobreaquecimento e desgastes irregulares. A pressão correta não é apenas um cuidado ambiental, mas também fundamental para sua segurança nas estradas. Reúso Aqui, caso os cuidados acima tenham sido tomados e o pneu retirado de serviço, levando em conta o TWI (profundidade do sulco), abre-se a possibilidade da reforma do pneu. Desta forma, o pneu será reusado para a mesma finalidade para a qual foi concebido contribuindo com o meio ambiente e com o bolso do caminhoneiro uma vez que a reforma e muito mais barata do que a compra de um pneu novo. Dependendo de seu cuidado com os pneus, o mesmo poderá ser reformado várias vezes, aumentando ainda mais sua economia. Reciclagem Quando finalmente um técnico estabelecer que o pneu não pode mais ser reformado entramos então no processo de reciclagem. Em que consiste? Aqui o pneu através de processos mecânicos, químicos ou outros passa a gerar novos produtos usando os componentes do pneu. Exemplos: solado de sapatos, tapetes para automóveis, pisos para parque infantis ou atléticos, componentes para massa asfáltica, tijolos de borracha, fios usando o aço dos pneus, etc. Recuperação de energia Caso não seja mais possível à reciclagem podemos com muitos cuidados, definidos em lei, queimar os resíduos pneumáticos em fornos em diversos processos industriais. Um exemplo é a queima em fornos de fabricação de cimento, destinação bem frequente em nossa realidade. Nesta etapa, devido ao calor gerado pela queima, estaremos recuperando a energia que foi gasta para produzir o pneu. Disposição Se nenhuma das destinações acima for possível então resta enviar o pneu inservível para aterros. Isto é possível em algumas realidades, mas proibido em nosso País. Com isto mostramos que a minimização de desperdício dos pneus começa no fabricante, continua no nosso uso dos mesmos e só então entra nos três Rs: Reúso, reciclagem e recuperação de energia. Esta é a hierarquia de destinação dos pneus em ordem decrescente de impacto ambiental e financeiro para o caminhoneiro. Boa estrada e cuide dos pneus do seu caminhão! Texto: Germano Julio Badi l Fotos: Marcio Bruno
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