Cortes unilaterais, nos pedidos de fornecimento de gasolina e óleo diesel para novembro deste ano, na Petrobras, gera alerta para o risco de faltar combustível.
As distribuidoras estão preocupadas com uma possível falta de combustível a partir de novembro. As varejistas dizem que a Petrobras cortou parte da oferta de gasolina e diesel no próximo mês, aumentando o risco de escassez do insumo. Segundo a associação das distribuidoras Brasilcom, a Petrobras tomou a decisão unilateralmente.
Por outro lado, em nota, a Petrobras informou que suas refinarias “estão operando normalmente e continuam cumprindo integralmente os contratos com as distribuidoras, de acordo com os termos e prazos vigentes”.
A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Autônomos (Abrava) enviou um comunicado no último sábado (16) aos caminhoneiros associados para alertar sobre essa possível falta de abastecimento de diesel nas distribuidoras de combustíveis.
Veja a íntegra da nota da Brasilcom:
No último dia 11 de outubro, diversas distribuidoras de combustíveis filiadas à Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom) receberam comunicados do setor comercial da Petrobras informando uma série de cortes unilaterais nos pedidos feitos para fornecimento de gasolina e óleo diesel para o mês de novembro/2021.
As reduções promovidas pela Petrobras, em alguns casos chegando a mais de 50% do volume solicitado para compra, colocam o país em situação de potencial desabastecimento, haja vista a impossibilidade de compensar essas reduções de fornecimento por meio de contratos de importação, considerando a diferença atual entre os preços do mercado internacional, que estão em patamares bem superiores aos praticados no Brasil.
A Agência Nacional de Petróleo (ANP) já foi comunicada do potencial problema, através de diversas correspondências enviadas pelas distribuidoras ao endereço eletrônico movimentações@anp.gov.br, identificado pela ANP como o canal apropriado para o envio de informações sobre esse tipo de situação.
Apesar de totalmente favorável ao programa de desinvestimento de ativos da Petrobras, a Brasilcom considera este momento um exemplo do que pode vir a ocorrer caso as autoridades governamentais não se preocupem em estabelecer regras claras para a atuação dos novos proprietários das refinarias e sistemas de logística desinvestidos pela Petrobras, de modo a evitar o estabelecimento de condições comerciais com preferências a determinados clientes, desequilibrando o ambiente concorrencial do mercado de combustíveis.
A Brasilcom, em seu papel de representar mais de quarenta empresas do setor de distribuição de combustíveis, e buscando, como sempre, garantir o abastecimento nacional e salvaguardar a manutenção de um mercado de combustíveis saudável, sem desequilíbrios e transtornos a toda sociedade civil, espera que os órgãos governamentais, face à gravidade do tema, ajam com a costumeira eficácia, implementando as medidas necessárias para evitar a perspectiva de desabastecimento.
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