Em conversa com os caminhoneiros, divulgada, recentemente, em áudio por grupos no WhatsApp, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, prometeu intervir contra o endurecimento da fiscalização de caminhões por parte da Polícia Rodoviária Federal, em especial em relação a veículos com a traseira arqueada. A nova orientação é para que oficiais façam vista grossa para fiscalizações “que só aborrecem e causam multas desnecessárias”.
“Estamos vendo que realmente há um excesso de rigor. O pessoal está se prendendo em coisas que, embora estejam na norma, às vezes não fazem o menor sentido, não ocorrem contra a segurança. No final só aborrecem e geram multas desnecessárias, perda de tempo e fiscalizações que aborrecem”, diz o ministro da Infraestrutura nos áudios.
De acordo com a PRF, a alteração do sistema de suspensão de veículos de transporte de passageiros e de cargas está disciplinada pelo Contran. Assim sendo, segundo a norma, veículos com Peso Bruto Total (PBT) superior a 3.500 kg (caminhões, caminhões-tratores, ônibus, reboques e semirreboques) que sofram alterações no sistema de suspensão, deverão atender os seguintes limites e exigências:
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), “a alteração sem critério é irregular. Além disso, a PRF reforça destacando que o trânsito de caminhões com a traseira elevada constitui grave risco à segurança viária. “A prática altera a estabilidade do veículo, aumentando o risco de tombamentos e saídas de pista. Além disso, reduz a eficiência do para-choque traseiro em caso de colisões traseiras, agravando as lesões e aumentando a probabilidade de morte de ocupantes de veículos que sigam à sua retaguarda, pelo chamado ‘efeito guilhotina’ (Efeito causado pelo impacto de um veículo menor na traseira de um caminhão ou ônibus sem para-choque)”.
Após acidentes com veículos de traseira arqueada, a PRF direcionou esforços em todo o Brasil para a fiscalização desse tipo de infração.
Ontem, dia 21, ocorreu uma mobilização organizada por caminhoneiros que fechou a BR-324, em um trecho do bairro Valéria. Segundo informações, um grupo de aproximadamente 30 pessoas se reuniu para manifestar contra ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os caminhoneiros alegaram ser vítimas de “uma verdadeira caçada nacional aos motoristas”.
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