A transição para a tecnologia Proconve 8, combinada com a escassez de crédito e a diminuição das exportações, contribuíram significativamente para a queda no setor de veículos pesados.
A produção de caminhões no Brasil, conforme estimativas recentes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), caminha para encerrar o ano com uma retração expressiva de 37%. Este declínio, comparado ao volume de 162 mil unidades produzidas no ano passado, reflete um cenário desafiador para o setor, com uma produção estimada em torno de 102 mil unidades para este ano.
Em novembro, a indústria registrou a produção de 10 mil caminhões, uma leve queda de 4,3% em relação aos 10,5 mil de outubro. O acumulado do ano até novembro marca 92,3 mil unidades, significativamente abaixo dos 147,4 mil do mesmo período em 2022.
A queda não se restringe à produção: o licenciamento de caminhões também diminuiu. Em novembro, foram 9,2 mil unidades, contra 9,4 mil em outubro, marcando uma redução de 2,3%. Desde o início do ano até novembro, foram emplacadas 97,7 mil unidades, inferiores às 114,2 mil do período correspondente em 2022, reduzindo 14,4%.
Segundo Eduardo Freitas, vice-Presidente da Anfavea e representante da Câmara de Pesados, esse declínio na produção e licenciamento é influenciado pelo impacto da nova fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), e pela diminuição nas exportações. Eduardo Freitas destaca:
“o aumento nos custos dos novos modelos Euro6 impulsionou a compra antecipada dos caminhões com tecnóloga antiga Euro5. Ele também ressalta as dificuldades de crédito enfrentadas pelo setor, apesar de uma leve queda nas taxas de juros, ocorreu elevação na taxa de risco nas aprovações.”
As exportações de caminhões também sofreram uma queda significativa de 32,3% no acumulado até novembro, com 15,9 mil unidades exportadas, comparadas às 23,4 mil do ano anterior.
Foto: divulgação
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