Além da falta de motoristas, as empresas encontram dificuldades para recrutar novos motoristas por conta dos baixos salários e as condições de trabalho difíceis
A escassez que já era sentida antes da crise sanitária global, ficou mais evidente após a retomada econômica pós-pandemia. O impacto foi especialmente sentido no Reino Unido, aliado às consequências de sua saída da União Europeia (Brexit).
No entanto, todos os países estão sendo afetados. A Polônia, por exemplo, tem um déficit de mais de 120 mil caminhoneiros; a Alemanha, de cerca de 60 mil; e a Espanha, de 15 mil, de acordo com um estudo da consultoria britânica Transport Intelligence (TI).
Em alguns países, o fim do serviço militar obrigatório privou as empresas do setor de motoristas treinados.
No grande salão de logística Solutrans, que abriu na terça-feira perto de Lyon (França), vários institutos de formação tentam atrair candidatos, fazendo-os dirigir um grande simulador.
A inovação tecnológica também pode mudar a situação. A empresa Dyn’Acces tem tido sucesso com a Solutrans, uma plataforma que permite ao motorista em uma cadeira de rodas sentar-se ao volante de um grande caminhão.
Na França, as empresas buscam entre 40 mil a 50 mil motoristas, duas vezes mais do que em 2017, lamenta a Federação Nacional de Transporte Rodoviário, que tem multiplicado seus esforços de comunicação.
Na região de Rhône-Alpes, os motoristas estão entre os cinco empregos mais procurados. Essa busca inclui jovens, assalariados em reconversão e desempregados. As mulheres, que representam uma ínfima parte dos motoristas, também são “muito procuradas”.
A formação custa entre 4.500 e 7.000 euros (cerca de 28.000 a 44.000 reais), às vezes custeada pelo empregador, ou com ajudas públicas. A licença para conduzir carreta pode ser tirada a partir dos 21 anos. Alguns jovens são atraídos.
Parte da solução atualmente é decidida entre as transportadoras e os sindicatos. Em suas negociações, os representantes dos trabalhadores reivindicam medidas para melhorar a saúde e o bem-estar dos caminhoneiros e um aumento de 10% dos salários, que começam com o salário mínimo.
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