Via Trucks alerta sobre os riscos que essa prática traz para a segurança e para a própria vida útil do veículo
Preço alto do combustível, dificuldade em repassar custos para o cliente e inflação das peças de reposição são algumas das razões para que alguns caminhoneiros autônomos ou mesmo empresas excedam a capacidade de carga do veículo, na tentativa de ganhar mais por entrega realizada. Mas essa prática, ao contrário do que se pensa, não ajuda a aumentar a margem de lucro, pois causa danos ao caminhão, aumentando os custos de manutenção. Além disso, a carga em excesso pode resultar em multas sem contar que contribui para piorar o desempenho do motor.
“As montadoras fazem testes diversos para garantir que o produto que vai ao mercado atenderá aos padrões de segurança, desempenho e emissões necessários. Colocar mais carga acima do que o caminhão faz com que todo esse trabalho seja perdido. E o prejuízo fica justamente com o proprietário. A bem da verdade, não há benefício nessa prática”, comenta Hovani Argeri, diretor Geral de Operação da Via Trucks, concessionária DAF com unidades em Contagem (MG), Guarulhos (SP) e São Bernardo do Campo (SP).
Para ajudar os caminhoneiros a compreenderem a importância de se respeitar a capacidade máxima do veículo, a Via Trucks mostra algumas das consequências negativas dessa prática. Veja abaixo.
Você está feliz porque transportou, em uma única viagem, diríamos, 15% a mais de carga do que o estipulado no manual do proprietário. Tudo bem, mas no sentido oposto, você também gastou mais combustível. E ao preço que está o diesel, o custo não foi tão pequeno assim. Para movimentar o peso demasiado, o veículo precisa manter rotações maiores, saindo de sua faixa de eficiência energética. Transportar mais peso exige mais força, resultando em maior gasto de energia. Principalmente em subidas, vias com muito quebra-molas ou esburacadas.
O peso excedente exige mais dos componentes do caminhão. Quem mais sofre são a suspensão e os pneus, que passam por desgastes mais acentuados. A vida útil da transmissão e dos freios também é diminuída. Há também uma questão de segurança envolvida. Mais pesado, o veículo exige mais dos freios que podem ficar superaquecidos e não funcionarem na hora que for mais preciso. Sem contar que, ao exigir mais torque as peças internas do motor também são prejudicadas. O resultado é o aumento do número de revisões e da manutenção. Caminhão parado na oficina é sinônimo de prejuízo.
O transporte de carga acima do limite da capacidade compromete a dirigibilidade. Dessa forma, manobras mais delicadas como a execução de curvas podem ser dificultadas. A estabilidade também é prejudicada. Qualquer movimentação da carga excedente será capaz de torcer a carroceria do veículo. Dirigibilidade e estabilidade comprometidas resultam em mais facilidade de tombamento do veículo.
Como o caminhão precisa fazer mais força para transportar um peso maior do que aquele para o qual foi projetado, o motor e outros componentes perdem a capacidade de responder adequadamente aos comandos do condutor e evitar situações críticas no trânsito. Assim, a velocidade diminui assim como a resposta do sistema de frenagem. Isso torna a viagem mais lenta e perigosa. Ou seja, o motorista vai demorar mais para chegar ao destino.
Caminhão com mais peso do que o indicado exige mais do motor e queima mais combustível, certo? Consequentemente, emite mais gases poluentes. Também reduz a vida útil de filtros e do próprio óleo do motor, gerando outros tipos de resíduos poluentes com mais frequência.
Exceder o peso é considerado infração de natureza média e muitos motoristas são penalizados por não respeitarem as regras. A multa por evasão de balança, por exemplo, penaliza o motorista que tenta driblar esse tipo de fiscalização colocando em risco a segurança das rodovias e a durabilidade do pavimento. De acordo com a Resolução do CONTRAN nº 258, de 30 de novembro de 2007, e suas alterações, quando a fiscalização for feita por equipamento de pesagem (balança rodoviária), a tolerância para a carga em excesso é de 5% sobre os limites regulamentares para o peso bruto total (PBT) e peso bruto total.
O caminhão com excesso de peso também causa mais danos às rodovias. Isso porque esse peso a mais é transferido para o solo causando deformidades no asfalto e até buracos, que se transformam em obstáculos para os próprios veículos de carga. Ora, uma pista irregular e com buracos, resulta em maior gasto de pneus, diminuição do tempo de vida da suspensão, dos freios e na própria depreciação do veículo. Portanto, é preciso que o motorista tenha consciência sobre suas responsabilidades em relação à conservação das vias públicas. Ele será o mais beneficiado.
Como se vê, além de não ser uma escolha inteligente, o excesso de carga tem impacto também na vida de outras pessoas. Gera mais custos para o proprietário do veículo e afeta a sociedade ao passo que emite mais poluentes, aumenta o risco de acidentes e piora as condições das vias públicas.
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