2024 promete ser um ano de mudanças significativas no setor de financiamento de caminhões. Com a expectativa de queda da taxa Selic e um cenário econômico mais estável.
Concretizar o sonho de ter um caminhão próprio é um desejo comum entre diversos caminhoneiros, mesmo diante dos desafios presentes no setor. No início deste ano, voltamos nosso foco para saber as modalidades de financiamento de caminhões mais procuradas, visando entender quais tendências do mercado permanecerão mais atrativas em 2024.
Marcus Souza, diretor de Marketing da Iveco para a América Latina, destaca que os clientes da Iveco CAPITAL têm utilizado predominantemente a compra por Finame e CDC. Essas modalidades de financiamento apresentaram crescimento ao longo do ano, impulsionadas pela queda da taxa de juros, com mais clientes optando por financiamento em detrimento da compra à vista.
“Para este ano, há expectativa de redução da taxa Selic e de um ambiente macroeconômico mais equilibrado, o que pode melhorar a performance das carteiras de crédito e diminuir a inadimplência. Espera-se que o CDC seja o produto mais competitivo de 2024”, explica Marcus Souza.
Quanto ao consórcio, os números do Consórcio Iveco mostram aumento na procura dessa modalidade. Os dados indicam um crescimento de 25% na comercialização de créditos de janeiro a dezembro de 2023, em comparação ao mesmo período do ano anterior, com R$ 777,9 milhões em negócios gerados, frente a R$ 622,7 milhões respectivamente.
Segundo Marcus Souza “o consórcio é visto como uma ferramenta inteligente tanto para renovação quanto para ampliação de frota de caminhões. Nesses cenários, o cliente pode adquirir várias cotas e pagar um valor mensal menor, comparado a outras modalidades de compra parcelada. O Consórcio Iveco oferece ainda a possibilidade de pagamento de parcelas reduzidas de 50%, 60% e 70%, até a data de contemplação, com uma baixa taxa de administração e fundo de reserva”.
Luis Gambim, diretor Comercial da DAF, observa que, apesar dos sinais de redução das taxas de juros e do início do ciclo de cortes da Selic em agosto pelo Banco Central, o impacto sobre o crédito deve começar a ser sentido apenas no início de 2024.
“Contudo, espera-se um mercado mais aquecido, com avanço de cerca de 14% no número de emplacamentos, segundo a Anfavea, totalizando aproximadamente 146 mil unidades. Para suportar esse avanço, duas linhas de crédito se destacam: CDC e Finame BNDES, ambas com opção de pagamentos de até 60 meses e até seis meses de carência. A PACCAR Financial, banco especializado em transportes e braço financeiro da DAF no Brasil, registrou aumento no crédito, com participação de 41,2% nas vendas da DAF nos primeiros nove meses de 2023, representando aproximadamente R$ 1,83 bilhão em novos negócios”, fala Gambim.
Projeções
Roberto Leoncini, do Conselho da Mercedes-Benz e Marcello Larussa, diretor Comercial do Banco Mercedes-Benz compartilham da mesma opinião: antecipar as modalidades de financiamento para 2024 é um desafio devido à influência de fatores econômicos, políticos e de mercado. As projeções indicam que a taxa Selic deve se manter em torno de 10% ao ano. Nesse contexto, estratégias que oferecem prazos estendidos para diluir o custo do investimento continuarão relevantes.
“A flexibilidade nas condições de financiamento será um fator preponderante, com empresas buscando alternativas ajustáveis, como o CDC, CDC Decrescente e os Finames pré e pós-fixados, já disponíveis no portfólio do Banco Mercedes-Benz”, comenta.
Marcello Larussa acrescenta: o CDC e o CDC Decrescente oferecem flexibilidade, taxas atrativas e processo simplificado. Já os Finames pré e pós-fixados, isentos de IOF, permitem a escolha entre juros pré-fixados, proporcionando previsibilidade, ou pós-fixados, alinhados às expectativas de mercado. Essas opções do Banco Mercedes-Benz permitem aos clientes adaptar o financiamento às suas necessidades e impulsionar seus negócios.
Segundo Ricardo Alouche, Vice-presidente de Vendas, Marketing e Serviços da Volkswagen Caminhões e Ônibus
“A perspectiva da redução da taxa básica de juros e a confiança fomentam as opções de aquisição, seja pela estabilidade e simplicidade de contratação do CDC, seja pelos incentivos do BNDES para o Finame. Além disso, uma forte tendência é a terceirização de frota por meio do aluguel de caminhões, uma solução que no Brasil ainda representa cerca de 2% das vendas, mas em países como os EUA essa participação chega a 25%. O aluguel de caminhões é uma forma de as empresas terem a sua frota como serviço e não se endividarem. Com PIB positivo, agricultura batendo recordes, anúncio de investimentos em infraestrutura, além da tendência de queda na Selic, acreditamos que o setor se estabiliza e, com a estabilidade, o crédito possa ser retomado.”
Em suma, 2024 se apresenta como um ano promissor no setor de financiamento de caminhões no Brasil. A expectativa de uma queda contínua na taxa Selic e um cenário econômico mais estável são fatores cruciais que prometem impulsionar o setor. As modalidades de financiamento como o CDC, Finame BNDES e consórcios ganham destaque, cada uma oferecendo vantagens específicas para diferentes necessidades dos clientes.
Empresas como a Iveco, DAF, Mercedes-Benz, Scania e Volkswagen Caminhões e Ônibus notam um aumento na procura por essas modalidades, com expectativas de crescimento nas vendas e emplacamentos. A flexibilidade nas condições de financiamento, a possibilidade de pagamentos parcelados com prazos estendidos, e opções de crédito com taxas atrativas são estratégias-chave para manter a relevância e adaptabilidade no mercado.
Além disso, a tendência de terceirização de frota por meio do aluguel de caminhões é vista como uma opção emergente, especialmente com a economia brasileira mostrando sinais de crescimento e investimentos em infraestrutura. Com isso, o setor se prepara para um ano de estabilização e retomada de crédito, oferecendo aos caminhoneiros e empresas de transporte mais opções para aquisição e renovação de suas frotas.
Esses avanços refletem uma resposta positiva ao ambiente econômico e às necessidades do setor, indicando um futuro promissor para a indústria de caminhões no Brasil em 2024.
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Fotos: Divulgação
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