O Iveco Trakker 8x4 enfrenta um dos trabalhos mais desgastantes oferecendo suavidade e conforto ao motorista.
Uma das atividades que mais exigem dos caminhões é a mineração. O ambiente é altamente poluído, o que se transforma em um severo teste para os filtros. A aderência em alguns pontos é quase zero e a inclinação das rampas é acentuada. É preciso ter paciência, bons pneus e tração 6x4, no mínimo. E as cargas sempre são muito pesadas.
O trabalho na mineração não para, ou seja, os caminhões têm que rodar 24 horas por dia, faça sol ou faça chuva. Por isso, aceitar o desafi o de transportar minério não é para qualquer um. A Iveco mostrou que tem um grande portfólio para atender não apenas o serviço mais pesado, como também os de manutenção e apoio. Ela apresentou o modelo Trakker 8x4 na Nacional Minérios S.A. (Namisa), mineradora de Minas Gerais, que comprou 74 caminhões, sendo 45 modelos Trakker 8x4, 15 Trakker 6x4 e 14 Eurocargo 4x2.
O Trakker 8x4 foi desenvolvido para operações fora-de-estrada e tem obtido grande sucesso no mercado mundial por seu alto desempenho operacional, mesmo quando submetido às mais severas aplicações. Ele foi concebido para trabalhar ininterruptamente sob as mais exaustivas condições de carga, relevo e clima.
Para isso, foi equipado com o motor Iveco FPT Cursor 13, de 420 cv de potência e 1.900 Nm de torque máximo. A transmissão é automatizada, com caixa ZF Astronic, de 16 velocidades com intarder, que combinado ao Iveco Turbo Brake, dá ao modelo capacidade de frenagem de 910 cv, a maior da categoria. Além disso, o freio ABS é de série. Com carga útil de 35.500 kg e PBT técnico de 50.000 kg, o Iveco Trakker 8x4 tem capacidade máxima de tração (CMT) de 132 toneladas, chegando, em condições
excepcionais de operação, a 176 toneladas.
Apesar do mercado fora-de-estrada representar apenas cerca de 8% das vendas dos caminhões extrapesados no País, a Iveco tem avançado nesse mercado. Um exemplo disso é o Trakker 6x4, lançado no Brasil em 2008, que já ganhou o respeito por sua robustez, baixo custo operacional e grande disponibilidade de utilização. Com ele, a Iveco multiplicou por cinco sua fatia de mercado nesse segmento.
?Estar nesse segmento que é um dos mais exigentes, representa a comprovação da qualidade e robustez do produto, que passa essa imagem para os outros modelos da marca?, afirma Alcides Cavalcanti, diretor de Vendas e Marketing da Iveco no Brasil que estava muito contente. ?Antes mesmo do seu lançamento oficial, a Iveco já vendeu 45 veículos para a Namisa?, afirma ele. ?Nosso novo produto já chega ao mercado com o aval de uma das principais empresas brasileiras e líder no setor siderúrgico do País?, completa o diretor. Os veículos já estão em operação desde dezembro de 2010 na mina de ferro da empresa, localizada em Congonhas (MG).
Sem parar
Tão importante quanto à resistência do caminhão, é a garantia de que ele poderá ser utilizado o máximo possível. E isso só é possível com a montagem de uma oficina, dentro da própria mineradora para realizar qualquer tipo de manutenção que se faça necessária. ?Oferecemos seis opções de serviços de manutenção que batizamos como Iveco Service Combos. ?Com eles, o cliente opta pelo pacote que melhor se adapta à sua realidade de operação?, diz Maurício Gouveia, diretor de Pós-Venda da Iveco. ?Este é um mercado em que é mandatória a alta produtividade. No setor de mineradoras e de construção civil de grande porte, os caminhões costumam trabalhar sem desligar o motor em regime de 24 horas por dia?, afirma o diretor da Iveco.
Enquanto o Iveco Trakker 6x4 é produzido no Brasil, inicialmente a versão 8x4 será importada da fábrica em Madri, na Espanha, especializada na produção dos caminhões dessa linha e a principal plataforma de exportação desse produto para todo o mundo. Contudo, os modelos comercializados no Brasil recebem adaptações projetadas pelo Centro de Desenvolvimento do Produto da Iveco em Sete Lagoas (MG), para atender plenamente às necessidades específicas de operação no País e em outros mercados latino-americanos.
Essas adaptações foram definidas depois que o Iveco Trakker 8x4 foi amplamente testado nas mais variadas e severas condições de utilização no Brasil. Desde 2009, modelos foram emprestados a mineradoras e construtoras no País. ?A Iveco não fez simplesmente a ?tropicalização? do caminhão, mas uma profunda adequação do produto à realidade brasileira, levando-se em conta as informações coletadas em testes exaustivos no campo?, conta Cristiane Nunes, gerente de Marketing de Produto da Iveco.
Muita robustez
?O chassi do Trakker 8x4 é feito em aço de alta resistência e com longarinas de perfil mais alto e 10 mm de espessura. Ele é muito mais rígido e robusto que os utilizados em versões estradeiras?, exemplifica Renato Mastrobuono, diretor de Desenvolvimento de Produto da Iveco Latin America. Ele tem a maior capacidade de carga na suspensão traseira, 32 toneladas contra 30 da concorrência. Essa diferença resulta em maior durabilidade e maior vida útil. Essa capacidade foi conseguida por meio do eixo com bloqueio longitudinal e transversal e redução nos cubos, combinado com a suspensão tipo cantilever, com molas semielípticas de simples estágio e barra estabilizadora. Os dois eixos dianteiros têm capacidade técnica para nove toneladas cada um, resultando em grande resistência, maior estabilidade do conjunto e segurança na operação. ?Trata-se de um projeto especial para suportar as demandas do trabalho pesado, uma realidade sobre a qual a engenharia da Iveco acumula imenso know-how?, completa Mastrobuono.
O modelo traz também para-choque dianteiro tripartido, feito em aço, ideal para as difíceis condições fora-deestrada, resultando em menor custo operacional. A suspensão da cabine é de quatro pontos, com molas helicoidais que absorvem os impactos transmitidos pelo chassi, e garante conforto para o motorista e durabilidade máxima do conjunto, quando comparada a uma suspensão a ar. O caminhão tem escape vertical, com saída no alto da cabine, e filtro de ar heavy duty com elemento de segurança (filtro secundário para dupla filtragem), componentes imprescindíveis para veículos que operam em minas e em construções pesadas.
Excelente trem de força
O novo Iveco Trakker 8x4 vem com o motor Iveco FPT Cursor 13, o mais econômico de sua categoria, com 12,8 litros, seis cilindros, quatro válvulas por cilindro e gerenciamento eletrônico. No fora-de-estrada da Iveco ele desenvolve 420 cv, com torque máximo de 1.900 Nm disponíveis entre 1.000 e 1.500 rpm, ideal para velocidades operacionais mais elevadas e grande capacidade para vencer aclives mais acentuados. Homologado para rodar com o biodiesel B5 e certificado para a norma Euro 3 (em vigor no Brasil), ele já é preparado para a futura e mais restritiva norma Euro 5.
Uma novidade é a transmissão ZF Astronic 16AS2631 TO automatizada, que dispensa o pedal de embreagem. É acionada por meio de três botões no painel: adiante (D), ré (R) e neutro (N). São 16 marchas à frente e duas velocidades à ré. A caixa escolhe a marcha certa para cada situação, sem escalonamento. É possível, por exemplo, sair de terceira para quinta, sem a passagem pela quarta marcha. ?É uma vantagem expressiva quando lembramos que as minas e os canteiros de obras normalmente apresentam relevo irregular pontuados por aclives acentuados?, diz Cristiane Nunes.
Além disso, o software que controla a transmissão garante o funcionamento do motor sempre em sua faixa econômica, reduz o desgaste da embreagem e melhora o nível de ruído. Ao final, a transmissão também proporciona menor desgaste físico durante a condução e permite que o condutor se concentre unicamente na condução segura do veículo.
Um fator a mais de segurança é o freio adicional intarder, produzido pela ZF, que é mais um item de série para o Iveco Trakker 8x4. Acoplado à transmissão, desenvolve 563 cv de capacidade de frenagem. Usado em combinação com o exclusivo Iveco Turbo Brake, de 347 cv, o sistema totaliza a maior potência de frenagem da categoria: 910 cv, ampliando os níveis de segurança do veículo, por permitir melhor desempenho em declives sem qualquer desgaste ou aquecimento dos sistemas de freios. Os caminhões utilizados em atividades fora-de-estrada devem funcionar até 24 horas por dia e não podem parar. ?Para esse cliente, o ideal é o serviço rápido, que garanta um alto índice de utilização do produto?, analisa Maurício Gouveia, diretor de Pós-Venda da Iveco. ?Com o Iveco Service Combos, o cliente opta pelo pacote que melhor se adapta à sua realidade de operação?, diz Gouveia.
Existem seis diferentes pacotes de serviços oferecidos pela rede de concessionárias da marca. Os ?combos? são crescentes em termos de conteúdo e vão do simples atendimento de manutenção com a oferta da ofi cina móvel até modelos mais sofi sticados, como é o caso da Namisa. O pacote ganha customização ainda maior: há uma miniconcessionária para atendimento exclusivo dentro da base do cliente. São 1.500 m2 de área, com oficina, depósito de peças e escritório de administração. No total, 53 funcionários trabalham em três turnos, sob o comando de um gerente para atendimento exclusivo à operação. A Iveco e a rede fornecem até treinamento para motoristas.
Rodando na mina
O Trakker 8x4 impressionante. Seu tamanho, rodas, pneus e ?escadaria? de acesso deixam quem não está acostumado, no mínimo, espantado. Mas vencido os degraus de acesso, a impressão que se tem é a de estar em um carro. O banco é muito confortável. O cinto de segurança faz a pressão adequada sem incomodar. Os espelhos retrovisores são proporcionais ao tamanho do caminhão.
Por uma questão de segurança, não foi possível dirigir o modelo. Porém, em um rápido percurso feito dentro da usina, na área de trabalho, com um motorista profissional, deu para sentir a eficiência deste modelo da Iveco.
Jackson de Carvalho tem 33 anos e há dez é caminhoneiro. Trabalhando há seis meses na Namisa, é só elogio ao Trakker 8x4. ?A grande diferença neste modelo é a falta do pedal de embreagem. Isso reflete em um conforto muito grande, pois é um esforço a menos que a gente faz. Trocamos de marchas várias vezes, e sem o pedal, essa operação fica extinta?, diz Carvalho. ?No caminhão mecânico tem que bater caixa, debrear e fazer a troca. Nesse modelo é colocar no automático e acelerar?.
Antes de colocar o caminhão em movimento, ele mostrou os ajustes do volante (distância e profundidade) e do banco, que, segundo ele, oferecem conforto total garantindo a postura correta. ?Nesse caminhão, eu chego descansado e vou para casa descansado?, diz Carvalho.
E a entrevista com o caminhoneiro aconteceu fácil. Com os vidros fechados, ar-condicionado ligado, clima gostoso, o motor trabalhar silencioso, mesmo com 30 toneladas na caçamba. Não é preciso nem aumentar o volume da voz.
Jackson Carvalho explica que sempre passam pela balança para equilibrar o peso, poupando o caminhão. Depois de uma curva, surge uma descida mais forte. O experiente motorista simplesmente dá um toque na alavanca do intarder e tira o pé do freio. O Trakker 8x4 desce suave, tranquilo para satisfação do caminhoneiro que diz com orgulho: tem mais três estágios para acionar, se fosse necessário.
O Trakker ainda possibilita o motorista colocar na posição do câmbio semiautomático para que ele mesmo troque a marcha. Carvalho prefere utilizar o semiautomático em aclives mais acentuados, executando a troca de marcha na rotação que ele acha mais adequada.