Bloqueio de estradas durante a greve tem reflexo no comércio nacional
No dia 21 de maio, caminhoneiros de diversas regiões do país entraram em greve, organizada pela Abcam (Associação Brasileira de Caminhoneiros), representante dos autônomos – a paralização não envolve motoristas com veículo fretados. A principal reivindicação é pela mudança na política de reajuste dos combustíveis da Petrobrás, além disso, querem isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Na maior parte dos estados do Brasil, os caminhoneiros começaram a operação tartaruga, deixando os tráfegos em rodovias lento, em alguns outros locais, houve interdições totais ou parciais, até mesmo queima de pneus. Os caminhoneiros prosseguem protestando em rodovias federais e estaduais, além de interditarem vias de acesso importantes em 17 estados do país. Principais reivindicações Fonte: Revista Exame Caminhoneiros autônomos afirmam que já estão operando no limite, já que atualmente o diesel está representando 42% do custo das suas atividades. E, com uma carga tributária menor, ganhariam fôlego nas atuações. Esse aumento do valor o diesel é resultado de uma nova política de preços da Petrobrás, que faz o repasse para os combustíveis da variação da cotação do petróleo no mercado internacional, se aumentar ou diminuir. E, nesses últimos meses, o petróleo tem tido uma alta. Desde julho de 2017, quando o novo método foi adotado, o preço do diesel comercializado em refinarias teve aumento de mais de 57%. Já a inflação oficial no país entre julho de 2017 e abril de 2018 é de 2,68%. A reivindicação dos caminhoneiros tem apoio dos donos de postos de combustíveis, que dizem perder as margens com os aumentos de preços. O setor vai sugerir ao Governo Federal a redução de impostos e que a Petrobrás faça intervalos maiores para os reajustes. Quais as consequências da greve? A paralisação dos caminhoneiros causa efeitos em diversas áreas do comércio e até mesmo do transporte. Em diversas cidades do Rio de Janeiro, já falta combustíveis, o diesel não tem chegado às garagens de ônibus e alguns motoristas encaram muitas filas em postos durante a madrugada. O preço de alguns alimentos tem tido aumento por consequência da dificuldade no transporte nos principais pontos de distribuição, como o Ceasa - RJ, onde o saco de batata subiu de R$ 60 para R$ 400 e os tomates em caixas que antes eram vendidos por R$ 40, está sendo encontrado por até R$ 80. Em Pernambuco, a paralisação trouxe problemas no transporte público, que teve baixa no número de ônibus em circulação para evitar o desabastecimento de diesel. Outro ponto atingido foi a indústria automobilística. Segundo a reportagem feita pelo jornal Folha de São Paulo, quatro fábricas da Ford já estão paradas por falta de peças para a produção dos veículos. A Volkswwagen também ameaça parar as produções, caso a greve persista. Entregas de encomendas feitas pelos Correios como Sedex 10, 12 e Hoje, foram suspendidas de acordo com o comunicado feito pela empresa, já que a paralisação também tem um grande impacto nos atrasos das operações por todo país. Essas consequências mostram o quanto o transporte terrestre ainda é um dos principais quando se trata de alimentos, indústria e combustíveis, que pode trazer impactos inclusive ao consumidor final, no aumento dos preços. O que mudou desde a última greve? Em 2015, quando os caminhoneiros promoveram greve nacional pela última vez, exigindo redução de custos dos combustíveis, pedágios e fretes tabelados, a presente Dilma Rousseff aprovou a Lei do Caminhoneiro, reduzindo custos em rodovias com pedágios. Além disso, a lei prevê aumento para 10% a tolerância do excesso de peso por eixo dos caminhões. Segundo a lei, a responsabilidade pelo excesso ou transbordamento de cargas é de quem contrata o frete. Conclusão Com isso, podemos perceber que as reivindicações dos caminhoneiros são de extrema importância para a cadeia econômica como um todo, pois sem que o transporte de cargas e mercadorias seja valorizado, os efeitos podem chegar ao consumidor final como falta de produtos ou aumento brusco de preços. É necessário que o ministério dos Transportes e toda a Casa Civil estejam abertos a ouvirem as propostas e necessidades daqueles que estão diariamente em trânsito com cargas de produtos que fazem parte do sistema econômico de compra e venda, tanto nacional, quanto internacional. A realização de uma greve é, principalmente, para adquirir vozes para os problemas sejam ouvidos e futuramente solucionados para que haja uma melhora na qualidade de vida do caminhoneiro. Conte conosco! Caminhoneiro, nós apoiamos suas reivindicações e estamos aqui para ouvir vocês. Nos conte nos comentários como está sendo afetado pela greve e quais outros problemas devem ser solucionados.Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!