O Ministério da Saúde deu início, nesta segunda-feira (18/01), à campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil com a distribuição das doses de forma proporcional e simultânea a todos os estados brasileiros. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, marcou o começo da imunização dos brasileiros para às 17h desta segunda-feira. A oficialização ocorreu em um ato simbólico realizado com a presença de governadores no Centro de Distribuição Logística localizado em Guarulhos (SP) - local onde os seis milhões de doses entregues ao Governo Federal pelo Instituto Butantan estão armazenados.
“Está dado o primeiro passo para a maior campanha de vacinação do mundo. O Brasil é referência em vacinas no mundo e vai continuar sendo. Hoje distribuiremos as vacinas para todos os estados. E hoje, a partir das 17h, os estados já podem distribuir aos municípios e dar início à vacinação”, afirmou Pazuello.
A vacinação terá início pelos grupos prioritários da chamada fase 1: trabalhadores de saúde, pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas, pessoas com deficiência institucionalizadas e população indígena aldeada. “Agradeço a todos os profissionais de saúde que já salvaram 7 milhões de vidas", diz , Eduardo Pazuello.
Pazuello também reforçou o pedido para que a população continue tomando medidas preventivas para evitar a disseminação do coronavírus, mesmo com o início da imunização: “A vacina não determina o fim das medidas preventivas. Temos que continuar usando máscara, tomando as medidas de prevenção e distanciamento social. Continuaremos vivendo dessa forma até termos a pandemia controlada.”
Por outro lado, João Dória, governador do Estado de São Paulo, anunciou dia 17 o começo da vacinação contra o Covid-19 logo após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar os pedidos de uso emergencial no Brasil das vacinas Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford com a Fiocruz. "A distribuição das vacinas e insumos para imunização contra a Covid-19 nos cinco hospitais-escola do interior: os Hospitais das Clínicas de Campinas, Botucatu, Ribeirão Preto, Marília e o Hospital de Base de São José do Rio Preto. No total, cerca de 60 mil profissionais que atuam nesses hospitais serão imunizados contra a Covid-19 com a vacina do Butantan", diz Doria.
A imunização no Brasil começa com 6 milhões de doses da Coronovac e 2 milhões da vacina de Oxford que o Ministério da Saúde está aguardando ainda autorização por parte da Índia para ir buscá-las.
LOGÍSTICA
Os primeiros aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) começaram a sair do Aeroporto de Guarulhos nesta manhã transportando cerca de 44 toneladas de vacinas, inicialmente para o Distrito Federal e para as capitais de 10 estados: Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rondônia, Roraima e Santa Catarina.
O envio das primeiras vacinas nos aviões da FAB foi acompanhando de perto pelo Ministro da Saúde e governadores presentes. As doses foram armazenadas em caixas de isopor, para manter a temperatura recomendada.
Além do suporte do Ministério da Defesa, a Saúde também conta com o apoio da Azul e da Associação Brasileira de Empresas Aéreas por meio das companhias aéreas Gol, Latam e Voepass, para o transporte aéreo das doses.
Para o transporte terrestre, 100 veículos estão aptos para fazer o deslocamento das doses pelo País, com sistema de rastreamento e bloqueio via satélite. Até o final de janeiro, mais 50 caminhões serão incorporados à frota.
Assim que as vacinas chegarem às capitais, os estados devem fazer a distribuição junto aos municípios que, por sua vez, executam a vacinação junto à população.
Primeira dose
Muito emocionada e repleta de esperança, a primeira a receber a vacina no Brasil foi a enfermeira Mônica Calazans, 54 anos. Logo depois da injeção, ela sorriu e acenou: "É uma luz no fim do túnel. Não é apenas uma vacina. É o recomeço de uma vida que pode ser justa, sem preconceitos e com garantia de que todos nós teremos as mesmas condições de viver dignamente, com saúde e bem-estar”,
Ela trabalha como enfermeira na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. Do grupo de risco para o coronavírus, ela é obesa, hipertensa e diabética. Ainda assim, trabalha na linha de frente do combate ao vírus. Viúva, mora em Itaquera, na zona leste de São Paulo, com um filho de 30 anos.
A primeira vacinadora do Brasil também é mulher e enfermeira. Jéssica Pires de Camargo, 30, atua na Coordenadoria de Controle de Doenças e mestre em Saúde Coletiva pela Santa Casa de São Paulo. Com histórico de atuação em clínicas de vacinação e unidades de Vigilância em Saúde, Jéssica já aplicou milhares de doses em campanhas do SUS contra febre amarela, gripe, sarampo e outras doenças. Para Jéssica, o início da vacinação contra a Covid-19 é um marco histórico na própria carreira e, sobretudo, para o Brasil.
“Não esperava ser a pessoa a aplicar esta primeira dose. Isto me enche de orgulho e esperança de que mais pessoas sejam protegidas da Covid-19 e que outros colegas de profissão possam sentir a mesma satisfação que sinto ao fazer parte disso. São mais de 52 mil profissionais de saúde mobilizados nesta campanha e cada um deve receber o devido reconhecimento. Essa é a injeção de esperança para todos nós ”, finaliza Jéssica.
NÚMEROS
Confira o número de pessoas a serem vacinadas em cada região neste primeiro momento:
Norte: 337.332
Nordeste: 683.924
Sudeste: 1.202.090
Sul: 357.821
Centro-Oeste: 273.393
Confira a quantidade de doses que estão sendo enviadas para cada região:
Norte: 708.440
Nordeste: 1.436.160
Sudeste: 2.524.360
Sul: 751.440
Fonte dos números: Ministério da Saúde
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