A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) acaba de divulgar os resultados de janeiro 2021 para caminhões.
Neste mês foram licenciadas 7.538 unidades, contra 7.285 de janeiro de 2020 (antes da pandemia), ou seja, ocorreu um crescimento de 3,5%. Agora, se comparado ao mês de dezembro registrou uma queda de 23,5%.
Segundo Gustavo Rodrigo Bonini, vice-Presidente da Anfavea, “janeiro geralmente é um mês atípico.
Contudo, registrou um aumento em relação ao mês de janeiro de 2020. Algumas fábricas estavam de férias e já retornaram. As empresas já estão fazendo as suas estratégias para recompor os estoques para dar andamento ao ano 2021”.
Quando a revista Caminhoneiro perguntou quando a logística da cadeia produtiva voltará ao normal? Bonini respondeu: “vou usar um pouco da minha experiência que tenho no setor logístico já que nos meus 20 anos de trabalho no setor automotivo, dediquei-me boa parte nesta área.
Estamos enfrentando uma série de dificuldades desde o início da pandemia, como já foram anunciadas no ano passado, como a questão do aço, passando para pneus e demais componentes. Então, é um momento que se tem uma tensão grande no fluxo logístico interferindo em toda cadeia produtiva. Eu posso lhe dizer que há algum tempo os Departamentos Logísticos estão fazendo as mágicas para contornar essa situação.
Só que essas dificuldades acontecem nível mundial e não somente no Brasil. Portanto, é importante nos próximos meses acompanhar, de perto, as reações desse setor.”
Durante coletiva o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, enfatizou a elevada carga tributária no setor de transformação do País.
Segundo ele, enquanto no Brasil, 44% do preço dos carros são impostos, em média, na Itália é de 22%, Espanha a carga de tributos nos veículos é de 21%, na Alemanha, 19%, no Japão 13% e nos Estados Unidos, 7%, em média.
O anúncio do fechamento de algumas fábricas nos últimos dois meses levantou discussões sobre a viabilidade de se incentivar o setor automotivo no Brasil, e teses de que este segmento industrial seria um dos mais protegidos do país, sem gerar as devidas contrapartidas à sociedade.
Porém, estudo apresentado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), com base em dados oficiais, revela justamente o contrário. “Somos exageradamente tributados, pouco incentivados e geramos retornos espetaculares ao país sob todos os ângulos de análise”, afirmou o Presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, durante coletiva de imprensa.
Enquanto a desoneração fiscal sobre arrecadação tributária de todos os setores econômicos no país foi de 18% na última década, para o setor automotivo foi de 8%.
Com isso, esse segmento apresentou a melhor relação entre todos os setores da economia, com R$ 11,1 arrecadados para cada R$ 1 desonerado pelo governo, sempre levando em conta dados coletados pela Receita Federal do Brasil (RFB).
Entre 2011 e 2017, últimos dados divulgados pela RFB, o setor automotivo jamais representou mais do que 2% de toda a desoneração fiscal realizada pelo governo federal.
Por desoneração, entenda-se a redução dos impostos por conta de políticas setoriais ou regionais de estímulo à industrialização ou a investimentos em produto e desenvolvimento (P&D).
“É importante frisar que o governo não tira dinheiro do bolso ou dos contribuintes para doar a indústrias. Ele abre mão de parte da arrecadação de impostos para compensar algumas deficiências estruturais, e também para estimular regiões ou desenvolvimentos tecnológicos.
Na prática, a desoneração beneficia os consumidores na forma de preços mais baixos e de produtos mais avançados, seguros, eficientes e menos poluentes”, explicou Moraes. “Em certa medida, isso serve para restituir a alta carga tributária de 44% sobre o preço do automóvel, o dobro do praticado na maioria dos países da Europa e mais que isso para casos como Japão e EUA”, comparou.
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