Ufa, finalmente pintou na Vila um mini Pelé!
Já joga 14.03% do que jogou Pelé. Mas Neymar que está só começando pode chegar a 33.09%. Poucos foram tão longe. Maradona atingiu 57.61%, mas já parou. Neymar mal tirou as fraldas, mas já assusta, maravilha, entusiasma, deslumbra, encanta, desequilibra. E jogando sozinho contra 3, 5, 8, 200... joga com Zé Love e Pelé, teve Garrincha, Didi, Tostão, Dorval, Mengálvio, Coutinho e Pepe.
Ele enfrenta os árbitros também. De cada 20 faltas que recebe só duas são marcadas.
Franzino, e quase um ?cisquinho?, é muito derrubado e os senhores de preto acham que é simulação.
Não é. É genialidade.
Seus toques pelezísticos tiram os beques do prumo e eles vão caindo como árvores abatidas por crueis motosserras. E é marcado no empurrão, chutes, beliscões, ofensas e até na base do coice.
Pobre Dunga, o que não levou Neymar para a Copa preferindo Grafite, Josué, Felipe Melo, Kleberson, Júlio Baptista e Michel Bastos.
Talvez por remorso Dunga não aceita convite nenhum.
Já recebeu mais de 10.
É que, em coletivas, o fantasma Neymar estará sempre a assombrá-lo. Dunga virou refém de Neymar por todo o sempre.
Neymar é para Dunga o que Maradona foi para Menotti em 78, mas a Argentina foi campeã, mesmo que roubado. A cada lance, jogo ou gol do menino-gênio, Dunga recebe um golpe em sua cabeça de ?enormes orelhas?. A cabeça de um gaúcho de bom caráter, que conhece futebol, que jamais convocou pelo bolso, mas que também jamais perdoará o dono dela pela imensa bobagem do corte do garoto.
Nem Feola ignorando Ademir da Guia, então o melhor jogador do Brasil, em 1966, foi tão imbecil. E o saudoso treinador convocou 48 (!) jogadores para os treinos da Copa da Inglaterra e conseguiu deixar o Divino de fora.
Azar do Dunga, azar do futebol do Brasil e do mundo e azar de todos os brasileiros.
Perdemos uma Copa e o mundo deixou de conhecer bem antes um diamante de todos os quilates.
Com Neymar, um "Pelezinho" e Ganso, um "Didizinho" o hexa poderia ter sido obtido.
E eu alertei Dunga ao vivo e cara a cara em rede nacional no dia 11 de maio de 2010.
Mas não adiantou.
A pergunta foi meu melhor momento no jornalismo, ao lado da involuntária e histórica colocação de Felipão na Seleção em 2001.
Neymar ficou de fora.
Uma pena, uma lástima, mas ele já ganha a terra com um futebol de rei e ainda baseado só nas perninhas finas que Pelé tinha em seus tempos de "Gasolina".
Mas encorpado no físico e na imagem de atleta raro, Neymar, um Messi melhorado, garantirá a medalha de bronze no pódio do mundo de onde o prateado Maradona e o dourado Pelé jamais sairão.
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