A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prenderam 12 pessoas em uma operação contra uma organização criminosa ligada a saques de cargas, nesta quinta-feira (8). Estima-se que o prejuízo causado às vítimas seja de mais de R$ 3 milhões.
Dentre as ordens judiciais, os policiais cumpriram sete sequestros de veículos e 16 mandados de busca e apreenderam três armas de fogo, três caminhões, uma motocicleta e munições. A ação aconteceu simultaneamente em Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná, na região litorânea do Estado e em São Bento do Sul, em Santa Catarina.
Os policiais identificaram que a modalidade criminosa usualmente acontecia na região litorânea do Estado. As cargas eram geralmente de soja ou fertilizantes. Durante os crimes, os autores rompiam os lacres que travavam o compartimento dos caminhões e derramavam a carga na rodovia, posteriormente, outros integrantes recolhiam a carga do chão. Os criminosos aproveitavam-se de panes nos caminhões, acidentes ou o trânsito parado para cometerem as ações.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, a operação contou com uma investigação de alta complexidade feita pela PCPR e PRF, iniciada há alguns meses.
"Além do prejuízo financeiro causado às empresas, as ações dos criminosos prejudicam o fluxo viário de caminhões com destino ao Porto de Paranaguá, uma vez que o trânsito era interrompido para a limpeza da pista. Então parabenizo às equipes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Civil pela realização da operação", conclui.
Com base nas investigações, foi apurado que o grupo criminoso se utilizava de uma Organização Não Governamental (ONG) para tentar legitimar a origem das cargas saqueadas.
"Identificamos que havia essa organização que auxiliava as forças de segurança no recolhimento desse material, mas ao longo das investigações verificamos que eles já haviam um conluio com os demais investigados", conta o delegado da PCPR André Feltes.
A referida ONG, que trata de indivíduos com dependência química, era acionada para recolher as cargas despejadas no solo, porém referidas cargas eram, na sequência, entregues aos integrantes do grupo criminoso. Foram identificados diversos repasses de valores provenientes do líder do grupo criminoso para a ONG, como contrapartida pelas cargas recolhidas.
As investigações apontaram que a organização não era responsável apenas pelo recolhimento, mas era utilizada pelos criminosos para mascarar a origem ilícita das cargas, que, em seguida, eram vendidas pela organização criminosa sem a devida emissão de nota fiscal ou a partir de notas fiscais fraudulentas.
A PCPR também constatou que a ONG não emitia notas fiscais referentes às cargas recolhidas, entregues ao grupo criminoso, que, como contraprestação financeira, realizava doações simuladas à organização. Dentre os crimes investigados estão furto qualificado, receptação, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Integração
O trabalho integrado das forças de segurança auxilia na coibição de diversos tipos de crimes, incluindo o furto e roubo de cargas. A atuação garante mais segurança à população.
O Delegado Geral Adjunto, Riad Farhat, diz que a parceria entre as instituições é essencial e traz resultados excelentes nas operações.
"Atualmente a PCPR trabalha 24 horas por dia, sete dias da semana, de forma integrada com a Polícia Federal, Rodoviária Federal e, principalmente, com a Polícia Militar que é nossa maior parceira. Essa atuação traz frutos excepcionais, com qualidade, pois as instituições se completam", conclui.
Ao todo mais de 70 policiais civis e rodoviários federais participaram da ação. O superintendente da PRF, Fernando César Oliveira, reforça que a atuação em conjunto das polícias foi o fator responsável para o sucesso da operação.
"Somente a ação integrada entre a PCPR e PRF foi o que possibilitou o desfecho positivo dessa operação. Foram meses de levantamento, algumas informações tínhamos há alguns anos e foi essa integração que auxiliou no resultado", ressalta.
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Fonte e fotos: PCPR
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