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Operação mais ágil

Por Revista Caminhoneiro em 28/06/2016 às 22:11
Operação mais ágil

O diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), fala sobre a movimentação de cargas e como os caminhoneiros estão sendo recepcionados. Revista Caminhoneiro – Fale sobre seu perfil profissional. Luiz Henrique Dividino Sou curitibano e tenho mais de 30 anos de atuação no setor portuário. Iniciei na vida profissional no Porto de Santos, mas há duas décadas atuo nos portos do Paraná. Já tive experiências nas áreas de planejamento, tecnologia, comercial e fui diretor de operações do terminal paranaense. Caminhoneiro – Como está a movimentação de cargas no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado nos portos de Antonina e Paranaguá? Dividino Está em alta e os portos paranaenses estão batendo uma série de recordes. O Corredor de Exportação de Paranaguá já acumula 4,66 milhões de toneladas de grãos escoados nos primeiros três meses do ano, o que representa uma alta de 47,5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O Porto de Antonina também tem demonstrado resultados excelentes. A movimentação de cargas do ano passado para este saltou 130%, com um aumento de 137 mil toneladas para 316 mil toneladas. Caminhoneiro – Qual é a expectativa em relação à safra de grãos para este ano? Dividino Esperamos um ano excelente. A safra será recorde no campo, o câmbio está favorável ao produtor e os portos do Paraná estão preparados para atender este volume expressivo de cargas. A nossa expectativa é superar a marca de 18 milhões de toneladas escoadas pelo Corredor de Exportação ao longo de todo o ano (em 2015 o complexo movimentou 16,1 milhões de toneladas). Caminhoneiro – Quais são as iniciativas da APPA para atrair mais cargas? Dividino A nossa filosofia é trabalhar com o máximo de eficiência na operação e de acordo com as demandas do mercado. A primeira coisa que fizemos foi se aproximar do campo e entender o que os produtores queriam do Porto de Paranaguá. Basicamente, o que precisávamos era voltar a investir na nossa estrutura para dar agilidade no escoamento e seguir as regras de produtividade do mercado. Estabelecemos critérios de operação que valorizam os terminais que trabalham com rapidez e, naturalmente, os produtores e traders passaram a reconhecer os nossos portos como eficientes. Investimos nos acessos, na modernização de equipamentos e em estrutura. Foram mais de R$ 511 milhões investidos nos últimos cinco anos. Trocamos os carregadores de navios, conhecidos como shiploaders, e aumentamos em 33% a produtividade do escoamento do Corredor de Exportação. Depois de 25 anos sem reformas no cais, reforçamos a nossa estrutura, o que permite uma operação mais ágil em todos os berços. Fizemos cinco campanhas de dragagem que devolveram a profundidade original do canal da Baía de Paranaguá, entre outras importantes obras. Caminhoneiro – Como os caminhoneiros são recebidos no Porto de Paranaguá? Dividino Todos os nossos esforços estão centrados em recebê-los da melhor maneira possível. Em cinco anos, conseguimos extinguir as filas quilométricas que se formavam na BR-277. Este era um problema seríssimo, pois além de travar a logística de acesso ao porto e afastar as exportações pelos portos paranaenses, ainda atentava contra a segurança do caminhoneiro, que ficava dias parado na estrada. Com uma reorganização no processo de chamada dos caminhões, o produto só sai do campo quando o caminhão recebe uma senha, que garante sua chegada rápida ao pátio de triagem e o descarregamento no terminal. O nosso é um dos únicos pátios públicos para caminhoneiros e não vamos concedê-lo. O motorista que chega a Paranaguá tem a certeza de encontrar uma estrutura de qualidade para passar algumas horas descansando enquanto aguarda a chamada do terminal. Temos um pátio com segurança, estrutura de banheiros e vestiários, lojas, lanchonetes, restaurantes, acesso à internet e vagas para todos. Caminhoneiro – Quais as melhorias em infraestrutura para recebê-los? Dividino Ao todo, R$ 7,49 milhões foram investidos recentemente em obras de melhorias no Pátio de Triagem. A iluminação foi trocada, dando mais segurança aos caminhoneiros. Também foram construídos novos acessos rodoviários, que fazem com que a chegada ao pátio seja feita da forma mais segura possível e novas portarias, que agilizam e informatizam o processo de entrada e saída do local. Caminhoneiro – Qual é a movimentação de números de caminhões no Porto de Paranaguá e de Antonina? Dividino No ano passado, batemos o recorde histórico de movimentação de caminhões no período de um ano. De janeiro a dezembro de 2015, recebemos 364 mil caminhões carregados de grãos. Nos primeiros três meses deste ano, já caminhamos para novos recordes: foram 115 mil caminhões de janeiro a março. Caminhoneiro – Quais são as inovações tecnológicas mais recentes adotadas nesses dois portos? Dividino Os portos de Paranaguá e Antonina ficaram muitos anos defasados em relação ao que havia de mais novo nas tecnologias de controle portuário e logístico. Hoje tentamos nos atualizar e nos manter próximos do que existe como referência no mercado. Recentemente, por exemplo, instalamos scanners que fazem a vistoria das cargas de contêineres dos caminhões. Em menos de 30 segundos, os caminhões passam por um arco que faz uma espécie de leitura em raio-X das cargas. Estas informações são enviadas imediatamente para a Receita Federal, que faz o cruzamento com as informações prestadas na nota fiscal. Com isso, conseguimos agilizar consideravelmente o processo de fiscalização, além de tornar as vistorias mais precisas. É um tipo de exigência que é vista nos portos mais evoluídos do mundo.  Caminhoneiro – Quais as ações para o combate à dengue, chikungunya e zika? Dividino Esta é uma questão que nos preocupa muito e contra a qual estamos concentrando muitos esforços. Desde junho do ano passado, antes mesmo da epidemia, começamos campanhas de orientação e conscientização sobre a forma de combate e prevenção do mosquito Aedes Egypt. A nossa equipe de Meio Ambiente já vai completar um ano de orientações massivas aos caminhoneiros que chegam na cidade, aos trabalhadores do porto e nas comunidades da área portuária. É um trabalho que precisa ser feito por todos e toda a cidade precisa estar envolvida e atenta a isso. Além desta orientação, feita com uma abordagem de profissionais especializados no assunto e distribuição de material informativo, fizemos diversas outras ações. Fazemos o trabalho de limpeza e pulverização de possíveis focos e áreas de maior incidência do mosquito. Fizemos blitzes de orientação nas sete cidades do litoral paranaense. Criamos também, cartazes em inglês sobre os sintomas das doenças e formas de prevenção para distribuir para as tripulações dos navios. Tão importante quanto tudo isso, fizemos um acordo com o Ministério Público Federal para reverter uma multa aplicada ao porto em 2009 em um repasse para a Prefeitura de Paranaguá em programas de combate à dengue, chikungunya e zika. Foram R$ 4 milhões destinados de imediato para a cidade, que compreendem um caminhão de lixo, em destinação de resíduos sólidos e limpeza das vias da cidade. Caminhoneiro – Qual o maior problema em termos de movimentação de caminhões nos portos? Dividino A nossa ideia, é fazer uma operação portuária ágil com o menor impacto possível na vida da cidade e das pessoas. Todo o nosso planejamento de recepção e liberação dos caminhões é baseado nisso. Tanto é que o caminhoneiro recebe um mapa dos terminais e quais as rotas mais curtas e indicadas para o acesso a cada um deles. Este material é entregue aos motoristas que acessam ao pátio. O nosso maior problema, atualmente, com as filas solucionadas, é este, que todos sigam estas orientações. Sabemos que é um trabalho de longo prazo e permanente, mas o que queremos é o melhor para os profissionais do transporte, com um trabalho mais ágil e seguro, e para os moradores de Paranaguá.  Caminhoneiro – Como o caminhoneiro pode colaborar com a logística dos portos? Dividino Uma coisa é seguir estas orientações descritas nos nossos materiais sobre a locomoção dentro da cidade de Paranaguá. Outra forma que os caminhoneiros podem nos ajudar é só vir ao porto quando a sua carga já estiver liberada e a senha de acesso ao pátio autorizada. Eventualmente alguns caminhões chegam ao Pátio de Triagem sem a senha e acabam atrapalhando toda a programação de cargas planejada junto aos terminais.

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