Em março de 2020, era decretado estado de calamidade pública no Brasil em razão da pandemia do novo coronavírus. A população brasileira esvaziava as prateleiras numa verdadeira corrida aos mercados, fazia filas nos postos de combustíveis e, aos poucos, começava a se recolher em suas casas em meio a um “fuzilamento” de notícias e orientações.
Num piscar de olhos, novos "especialistas" surgiam, autoridades públicas - antes, talvez desconhecidas - apareciam e, gradativamente, os ditos "serviços essenciais" começavam a ser reconhecidos. Dentre eles, os caminhoneiros. Semana a semana, os "profissionais do volante" eram (finalmente e com razão) colocados em pedestais.
Uma lembrança: lembro-me de, em certa ocasião, ter visto um buzinaço em reconhecimento aos caminhoneiros.
Bonito, né? Pois bem, não durou muito para que a verdadeira realidade começasse vir à tona. Alguns dias depois, já circulavam em grupos de whatsapp denúncias e vídeos de caminhoneiros sendo impedidos de comer em postos de gasolina, por exemplo.
Aproximadamente um ano depois, a vacinação contra a covid-19 começava em todo país e, os "heróis", eram condecorados com um longínquo "grupo 27" na prioridade da imunização. Para efeito comparativo, presidiários foram o grupo 17.
Hoje, pouco mais de dois anos após o início do "tsunami" mundial, mais honrarias aos caminhoneiros: aumentos sucessivos no preço do diesel, pontos de paradas insalubres, salários defasados, fretes baixos, rodovias esburacadas e falta de segurança.
Uma pandemia foi necessária para reconhecerem a importância da categoria e, mesmo assim, falta muito a ser conquistado pela categoria. A falta reconhecimento profissional ainda persiste. Na verdade, a estética do reconhecimento, talvez seja mais importante que a própria categoria. Em resumo: falar é fácil, fazer é difícil.
Mas não se enganem. Os caminhoneiros sempre foram, são, e sempre serão essenciais. Essa é a nossa visão, da Revista Caminhoneiro, que há 37 anos acompanha de perto a categoria. Continuaremos lutando e trabalhando diariamente para mantê-los bem informados, pois acreditamos que a informação é uma ferramenta essencial e valiosa para o progresso da profissão.
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