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“Os caminhoneiros precisam ser escutados pelos governos”, diz Marcello Costa

Por Graziela Potenza em 03/09/2021 às 10:52
“Os caminhoneiros precisam ser escutados pelos governos”, diz Marcello Costa

Acompanhe um trecho da entrevista do Secretário Nacional de Transportes Terrestres, Marcello Costa, que falou com exclusividade à revista Caminhoneiro que trará na edição nº 389 a matéria na íntegra.

Revista Caminhoneiro - Qual é o balanço da sua gestão até o momento atual?

Marcello Costa - O balanço é positivo. Todo o Ministério da Infraestrutura (MInfra) tem se voltado para uma maior proximidade com o setor produtivo, com o setor de transportes e de logística do país. O objetivo dessa gestão, desde o início, foi entender quais são as demandas de quem gera emprego e renda no Brasil, para que a gente pudesse transformar isso em políticas públicas.

Nós estamos conseguindo concluir essa meta inicial e além disso, estamos trabalhando para destravar investimentos, retomar importantes obras, fazer novas concessões - com foco na segurança viária -, desburocratizar e facilitar a vida do caminhoneiro, através do programa de transformação digital do MInfra.  

O Departamento Nacional de Trânsito é um grande exemplo de facilitação com a Carteira Digital de Trânsito, com o documento de transferência eletrônico e do pagamento de multas de formas facilitada e centralizada, através do SNE e com descontos de até 40%.

São uma série de ações que nos dizem que estamos indo por um bom caminho e contribuindo para agilizar ainda mais o setor.

Revista Caminhoneiro - Quais foram as suas maiores conquistas?

Marcello Costa - A maior conquista foi o entendimento por parte de todo o setor de transporte de cargas o papel do Ministério da Infraestrutura de mediador. A relação de confiança, como eu disse antes, foi o que nos permitiu avançar em pautas importantes e de grande relevância para o setor.

Além disso, conseguimos, também, incorporar a parte eletrônica como a Carteira Digital de Trânsito (CDT), a transferência eletrônica de veículos e o pagamento mais facilitado das multas. Outra importante vitória foi ter incorporado nas novas concessões a construção e operação dos Pontos de Parada e Descanso (PPD), sem qualquer custo para os caminhoneiros, sem contar com os mais de 50 pontos já credenciados em todo o país.

A segurança viária também foi um feito muito importante, onde conseguimos incorporar áreas de escape, novas sinalizações, tecnologia para diminuir com os acidentes e óbitos causados diariamente nas estradas, tanto dos caminhoneiros, quanto de outros motoristas e pedestres. Podemos incluir também o esforço do Governo Federal em dar continuidade a diversas obras importantes, que estavam paradas há muitos anos.

Revista Caminhoneiro - Como o senhor vê os caminhoneiros?

Marcello Costa - Eu vejo os caminhoneiros como uma categoria essencial para o país, que desempenha um papel fundamental para a logística nacional. Uma classe que precisa ser escutada pelos governos, que possui particularidades que precisam ser entendidas por quem tem a responsabilidade de elaborar a política pública.

Dentro do ministério continuamos trabalhando para que eles possuam a representatividade necessária entre eles. Por isso, junto com as confederações, sindicatos e as entidades relacionadas aos caminhoneiros, trabalhamos para garantir que esse diálogo, junto com quem os representa, seja viável e ajude tanto o governo, quanto a classe.

E durante essa pandemia, o que já era claro para o ministério, ficou claro para a população no geral, que é o papel fundamental para manter o país funcionando e para que todas as pessoas tivessem os alimentos e remédios. Isso tudo foi fruto do trabalho resiliente do caminhoneiro.

Revista Caminhoneiro - O que falta para melhorar ainda mais a vida desses profissionais?

Marcello Costa - A gente tem atingido entregas e objetivos importantes, isso já está sendo notado na vida do caminhoneiro. A simplificação e a desburocratização foi um dos pontos mais notados pela classe. Conseguimos incluir a contratação direta entre o caminhoneiro e o embarcador, um pleito feito por eles há muito tempo, que pode gerar uma receita maior no transporte de frete.  Além disso, lançamos o Documento Eletrônico de Transporte (DT-e), que foi aprovado recentemente pelo Senado Federal, que possibilita a unificação de cerca de 90 documentos necessários para uma viagem. É um primeiro passo de outros que estamos programando, mas já dá a possibilidade de a renda dos caminhoneiros ser maior e a logística mais fácil.

Revista Caminhoneiro - O novo documento eletrônico para os caminhoneiros é uma conquista para essa classe?

Marcello Costa - A aprovação do DT-e no Senado Federal é um grande feito para a categoria e para o governo. Ele foi pensado para reduzir a burocracia e simplificar os processos, com isso beneficiamos a categoria do transportador autônomo e a cadeia produtiva como um todo. Vamos aumentar a competitividade dos produtos, criando condições para gerar mais emprego e renda.

Ele será um único documento que poderá garantir a segurança necessária e desejada por toda a categoria há muito tempo, acredito que seja uma das maiores conquistas.

Revista Caminhoneiro - Envie um recado para os caminhoneiros

Marcello Costa - Eu queria manifestar, como secretário Nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura, o meu profundo respeito e admiração por esse importante profissional. Entendo que ainda temos muito trabalho pela frente, mesmo com todas as conquistas nesses últimos anos, e que vocês podem contar com nosso empenho e determinação de continuar trabalhando em prol da categoria e do bem-estar do caminhoneiro. Até o final do governo, ainda vamos ter mais conquistas e mais garantias de melhora na qualidade de vida e de trabalho de todos.

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