A frente típica de caminhão, as jardineiras foram uma das opções que os motoristas acharam para driblar o frete ruim por volta de 1946. Nela levavam de tudo: pessoas, malas, cartas, encomendas, latões, garrafas, tijolos, madeiras, lenhas no teto etc. “O meu pai, Natanael da Silva Neto, mal estava conseguindo pagar as contas trabalhando como caminhoneiro. Então, veio até Belo Horizonte (MG), procurou um profissional para fazer adaptação em uma jardineira Ford 42: ela passou a carregar em sua cabine 25 passageiros e em cima bastante cargas. Toda a mudança foi feita utilizando madeira e a jardineira adaptada resistia muito bem. O passageiro de estatura mais alta batia a cabeça no teto”, lembra rindo o nosso seguidor José Natan que era criança.
Naturalmente, naquela época, a legislação e a segurança ficavam de lado. O senhor Natanael da Silva Neto percorreu por muitos anos as estradas de terra de Governador Valadares (MG). “Dessa forma, meu pai conseguiu ganhar dinheiro e colocar as contas em dia. Só rodar com a versão caminhão era muito difícil, porque ninguém queria pagar o frete justo”, lembra José Natan com a seguinte pergunta: “Será que os atuais motoristas vão ter que transformar seus caminhões para pagar as contas?”
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