Os restaurantes de estradas abertos são essenciais para que os caminhoneiros continuem realizando o transporte de produtos essenciais em tempos de coronavírus.
No entanto, existem duas correntes divergentes: os profissionais do volante que estão reclamando em ter que se alimentar no estacionamento ou dentro da boleia do seu caminhão; e aqueles que preferem se alimentar fora do recinto.
“Poderiam rever essa medida e permitir a nossa entrada seguindo os critérios de proteção”, diz Eliseu da Cruz Gomes, que está na estrada há 20 anos, transportando nas regiões de São Paulo, Belo Horizonte, Teófilo Otoni e Vitória da Conquista. “Eles poderiam dividir mais as posições das mesas, dar mais espaços entre elas e servir o almoço no próprio restaurante, além, é claro, de lavarmos bem as mãos e usarmos álcool gel. Nós já levamos uma vida sofrida. No meu caso, eu trabalho em uma excelente empresa que sempre me deu todo o suporte necessário. Neste momento, estou viajando menos, contudo eu falo pensando nos meus outros colegas de estrada”, comenta Eliseu Gomes.
Quando a reportagem da revista Caminhoneiro perguntou sobre a falta de uso de máscaras, Eliseu foi categórico: “Existem muitas rodovias distribuindo máscaras. Na última viagem que retornei de Belo Horizonte, uma equipe da concessionária Arteris Fernão Dias, me chamou para dentro da balança de pesagem, mas não era para pesar o veículo. Eu respondi um breve questionário, ganhei um kit composto por máscara, par de luvas, folheto informativo (coronavírus) e álcool gel. Outras rodovias estão seguindo esse mesmo exemplo”, comenta Eliseu.
O caminhoneiro lembrou que com essa crise aumentou a atenção com os profissionais do volante. “Meu colega postou uma foto com a frase: “Caminhoneiros nós precisamos de vocês”.
Ele fez o seguinte comentário: agora a gente é importante. Deixa passar essa crise que voltaremos a ser os desordeiros e os responsáveis pelos acidentes nas rodovias”, falou Eliseu enfatizando que “com a menor circulação de automóveis nas rodovias, o número de acidentes caiu nas estradas”. Outro questão lembrada por Eliseu é a mídia geral. Ela só fala da gente nessa hora ou quando tem alguma coisa negativa. “Já as revistas especializadas sempre deram o devido valor para a nossa classe”, diz Eliseu da Cruz Gomes.
Por outro lado, Fabiano José de Oliveira, que é proprietário de um caminhão dá todo suporte para o seu motorista. Em sua opinião, é melhor o caminhoneiro não se alimentar dentro do restaurante.
“Meu motorista faz o percurso São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso e na boleia do caminhão não falta álcool gel e ele usa máscara. Acompanhei um percurso e percebi que os ares-condicionados dos estabelecimentos ficam funcionando. Muita gente almoçando dentro do estabelecimento, mesmo mantendo distância, acho perigoso já que o vírus é de fácil contágio. O bom é o ar livre, um distante do outro. O meu caminhão está equipado também com uma cozinha”, finaliza Fabiano Oliveira recomendando que todos os caminhoneiros se cuidem.
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