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Pesquisa mostra que sobram vagas para motoristas no TRC e revela como está o salário

Por Equipe RC em 18/04/2022 às 11:01
Pesquisa mostra que sobram vagas para motoristas no TRC e revela como está o salário

A oportunidade de emprego no TRC está retratada na primeira Pesquisa CNT Perfil Empresarial sobre o segmento

Cerca de 45% das empresas do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) que responderam à Pesquisa CNT Perfil Empresarial têm vagas disponíveis para motoristas. A maior parte delas (60,4%) concentra-se em empresas de grande porte, com mais de cem empregados. Os dados estão no levantamento inédito divulgado pela Confederação Nacional do Transporte.

Dentre as empresas que responderam à CNT, o maior número de oportunidades para motoristas está naquelas que têm sede em Santa Catarina (17,4%), seguido das que estão em São Paulo e Minas Gerais, ambas com 14,5% das vagas disponíveis. Em patamar próximo estão as empresas localizadas no Paraná (14,0%) e no Rio Grande do Sul (10,1%).

Profissionais com pouco tempo de experiência no TRC é outro fator que leva à dificuldade de recolocação, segundo responderam 46,1% das empresas no levantamento. A segunda maior adversidade, identificada por 31,5% delas, é encontrar profissionais qualificados e com treinamento direcionado ao setor rodoviário de cargas.

A atividade com maior carência no mercado é de motoristas – 65,1% dos empresários do TRC citaram não encontrar com facilidade esse profissional. Dentre as empresas que participaram do levantamento, 19,2% acrescentaram ao problema a falta de mecânicos e 15,1%, a carência de gestores operacionais.

Entre os benefícios ofertados pelos transportadores do TRC aos trabalhadores, destaca-se o plano de saúde ou odontológico. O serviço é disponibilizado para todos os funcionários em 63,4% das empresas que participaram do levantamento.

Perfil das empresas

Atualmente, operam no mercado cerca de 266 mil empresas de transporte de cargas (ETCs), mais de 847 mil transportadores autônomos de cargas (TACs) e 519 cooperativas de transporte rodoviário de cargas (CTC). Juntos, totalizam uma frota de 2,5 milhões de veículos de transporte de cargas (veículos automotores e implementos rodoviários). Essa frota é cerca de 70% superior à registrada há 15 anos, o que mostra o crescimento da atividade.

A disponibilidade de vagas e o tempo médio de permanência dos motoristas nas empresas são fatores que se relacionam as principais dificuldades na contratação de pessoal. De acordo com os resultados da Pesquisa, a dificuldade mais citada pelas empresas na contratação é o pouco tempo de experiência dos candidatos na atividade (46,1%) – conforme indicado no Gráfico 20. Seguem-se a falta de treinamento e/ou capacitação específicos para o setor rodoviário de cargas (31,5%) e a qualificação dos profissionais em outras áreas que não a do transporte (30,8%). Uma parcela significativa das empresas (20,0%) aponta a baixa atratividade da profissão como um dos entraves para a contratação no setor.

 

Escassez de profissionais

Verifica-se, atualmente, uma carência de profissionais qualificados para preencher as vagas em determinadas atividades no transporte rodoviário de cargas. Tal fato decorre, em grande parte, do elevado nível de responsabilidade e requisitos exigidos para se exercer as atividades do setor. A exemplo disso, para se tornar um caminhoneiro profissional, é preciso cumprir o processo de habilitação, apresentar exames toxicológicos regularmente e realizar treinamentos e certificações rotineiras. Por exemplo, para o transporte de cargas de maiores dimensão e peso, é necessário que o condutor possua a habilitação na categoria “E” – na qual se incluem carretas e caminhões com reboques e semirreboques articulados – e tenha pelo menos 21 anos de idade. Por demandar um esforço adicional de capacitação, presume-se que os jovens busquem outras profissões antes de ter a chance de se estabelecerem como motoristas de caminhão.

Assim, as faltas de oportunidade do primeiro emprego e de experiência dos motoristas jovens acabam por induzir um aumento da idade média dos profissionais que atuam na categoria. Dado o exposto, e conforme os resultados da Pesquisa, as empresas entrevistadas apontaram que a atividade de motorista apresenta a maior carência de profissionais no TRC (65,1%) – conforme indicado no Gráfico 21. Seguem-se, em falta, as atividades de mecânicos/manutenção (19,2%), gerentes operacionais (15,1%) e profissionais da área administrativa (14,4%).

 

Salário dos motoristas de caminhão

Verificou-se, nos resultados da presente Pesquisa, que a faixa salarial dos motoristas de caminhão que predomina (32,8%) nas empresas entrevistadas situa-se no intervalo de R$ 2.201,00 a R$ 3.300,00 – conforme apresentado no Gráfico 28. Destaca-se, ainda, que em 43,3% das empresas, os salários pagos aos motoristas situam-se acima dessa faixa, com o limite superior de R$ 7.700,00, enquanto em 15,7% delas situa-se abaixo, com o limite inferior de R$ 1.101,00. Ressalta-se que, em decorrência das disparidades regionais, o percentual de entrevistadas que pratica salários acima da faixa predominante no país – de R$ 2.201,00 a R$ 3.300,00 – varia de acordo com a região onde se localiza a matriz. Na região Sul, 55,0% das empresas pagam acima dessa faixa salarial. Nas regiões Norte34 (46,2%), Sudeste (43,1%) e Centro-Oeste (45,9%), os percentuais de empresas que pagam salários superiores situam-se próximos à média nacional (43,3%). Por fim, na região Nordeste, apenas 10,3% das empresas pagam aos motoristas salários que se situam acima da faixa salarial predominante.

 

A presente Pesquisa não visa a estimar qual seria a faixa salarial recomendada, ou mesmo desejável, sobretudo quando se considera que há diferenças regionais e, ainda, fatores como o tipo de carga e os requisitos exigidos para o seu transporte que podem influenciar os valores praticados. Nesse sentido, a dedicação à profissão e a aquisição de competências em áreas específicas podem ser diferenciais para que o motorista seja mais bem recompensado. Há de se considerar, ainda, as possibilidades de outros benefícios não incorporados ao salário

Os resultados da Pesquisa CNT Perfil Empresarial 

Saiba também quanto ganha um motorista que dirige um caminhão agregado.

Foto: arquivo revista Caminhoneiro

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Comentários

  • Sou profissional no TRC já a trinta anos. Os baixos sálarios combinado com condições de operação tem feito muitos profiisionais desistirem da atividade. Não existe locais adequados para descanso,as despesas altas com alimentação tem minado os números dos sálarios. Na maioria das vezes o valor de frete é equiparado ao valor agregado da carga,mas as despesas de ida e volta são as mesmas.Muitas empresas pagam por comissão,e o motorista se vê acuado com despesas que não muda o valor na ida e na volta.
    MArcos Antonio Navier
    29/04/2022

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