TÃO IMPORTANTE QUANTO PRODUZIR UM PNEU DE QUALIDADE, É MOSTRAR ONDE E COMO SÃO FEITOS. POR ISSO A PIRELLI LEVOU UM GRUPO DE PILOTOS E DE JORNALISTAS PARA GRAVATAÍ.
Pela primeira vez, em 40 anos de atividade, a Pirelli abriu as portas de sua fábrica em Gravataí, RS, para um grupo de pilotos da Fórmula Truck, para qual é fornecedora de pneus desde o início deste ano. Além dos pilotos, a Pirelli recebeu também um grupo de jornalistas que puderam, além de colher informações sobre os novos produtos, visitar o interior da fábrica e ver de perto como um pneu é produzido.
“A Pirelli é a única fabricante de pneus de carga, agrícola e de motos, que tem seu desenvolvimento na fábrica no Brasil”, afirma Murilo Fonseca, CEO da Pirelli Industrial. “Temos um enfoque muito grande na qualidade de processo e na ecologia. É nesta fábrica que são produzidos os pneus FR:01, modelo da Série 01, utilizados na Fórmula Truck na medida 295/80R22,5, tanto na versão de pista seca, com a banda de rodagem raspada, quanto para pista molhada, sem sofrer modificação.
A Família 01, lançada na última Fenatran, trouxe o pneu FR:01 depois de dois anos de desenvolvimento efetivo que incorporou tecnologias já existentes podendo ser utilizado até em aplicação mais severa como em mineração. Para chegar a esse nível de desenvolvimento foram criadas tecnologias, três das quais patenteadas.
A tecnologia SATT (Spiral Advanced Technology for Truck), exclusivo processo de produção Pirelli que utiliza uma cintura metálica em forma espiral e sem emendas, o que melhora a performance do pneu assegurando maior durabilidade, baixo consumo de combustível com menor resistência ao rolamento e, consequentemente, menor impacto ao meio ambiente. A HETT (High Enlongation Technology for Truck) é uma tecnologia exclusiva para o emborrachamento das cinturas metálicas, que confere maior resistência
contra impactos, deformações e oxidações, além de conferir maior durabilidade à cintura. E o friso do talão HWTT (Hexagonal Wire Technology for Truck), composto por fios em formato hexagonal, tem menor suscetibilidade a deformações, o que confere maior vida útil à carcaça e rapidez tanto na montagem quanto na desmontagem do pneu.
“Temos um Centro de Desenvolvimento no Brasil, um país que tem 1,7 milhão de rodovias, sendo que apenas 350 mil pavimentadas e temos que fazer um pneu que atenda todas as regiões e condições”, afirma Murilo Fonseca.
“Desenvolver um pneu é diferente de trazer um pneu do exterior e ‘tropicalizar’, adaptá-lo às condições brasileiras”. Normalmente a indústria ou o cliente pedem uma evolução do pneu. Isto porque a capacidade de carga, desempenho, conforto, torque dos motores, tudo evolui e estão em cima de um pneu, que também precisa evoluir. A Pirelli lançou um sensor que ajuda a ter uma melhor performance do pneu, controlando a temperatura e pressão e ajudando a montar um planejamento de revisão preventiva.
Os pneus têm dois vilões: baixa pressão e temperatura. E com o sensor, o motorista pode verificar como estão os pneus. Já existe um aplicativo para que o motorista tenha no celular os dados sobre cada pneu.
texto: Francisco Reis