A mulher caminhoneira é uma figura emblemática, no país. E, certamente, centenas de fotos de caminhoneiras já ganharam as manchetes das revistas e de muitos jornais ao longo das últimas décadas.
Só que ser caminhoneira não é uma tarefa fácil. Como você deve imaginar, além dos perigos e riscos da profissão, a rotina é desafiadora pelo simples fato de elas serem mulheres.
Que esses riscos sejam potencialmente menores a cada quilômetro rodado por cada mulher caminhoneira ao redor do mundo. Mas, enquanto isso, é fundamental saber os detalhes desse dia a dia para aprender como driblar as situações potencialmente limitantes e/ou perigosas. Confira!
Veja as principais notícias das estradas na Revista Caminhoneiro!
Tem mulher caminhoneira no país, sim. E de monte!
Historicamente, a primeira mulher caminhoneira foi Tia Neiva, no início da década de 1950. Desde então, as melhores rodovias do país se estenderam como um tapete para receber tantas outras profissionais com o mesmo objetivo.
E, atualmente, o percentual gira em torno de 6,5% do total de pessoas habilitadas — pouco mais de 180 mil mulheres caminhoneiras, portanto.
Acontece, que elas também têm em comum a batalha contra os sintomas de uma categoria (e sociedade) bastante excludente — mesmo que o registro da primeira mulher caminhoneira do Brasil tenha mais de 70 anos.
Mas, afinal de contas: quais são essas barreiras que se impõem no caminho das caminhoneiras brasileiras? Saberemos mais, adiante!
O que uma mulher precisa para ser caminhoneira?
Essa questão engloba muitos fatores que, no geral, têm a ver com o profissional em si, independentemente do gênero.
Resiliência, coragem e muita disposição são essenciais para a condução segura e o gradual crescimento na carreira.
Contudo, a mulher caminhoneira enfrenta desafios que seus colegas homens não se deparam com a mesma intensidade e frequência. E, a seguir, vamos explorar esses obstáculos na estrada das caminhoneiras brasileiras!
É inegável que o preconceito de gênero tem uma carga pesada sobre os ombros da mulher caminhoneira. Um fator carregado de desinformação, estereótipos e que ainda gera resistência de algumas pessoas para contratá-las.
Acontece que uma das falácias que a sociedade tanto multiplicou em piadas, ao longo dos anos, é na verdade uma mentira. Como o fato de que as mulheres são péssimas motoristas.
Prova disso é a recente pesquisa do Instituto Renault, atestando que 70% das infrações de trânsito não foram causadas por mulheres, mas por homens. E tem mais:
Mas isso é a evidência definitiva de que os homens são péssimos motoristas. Logicamente que não, mas ajuda a desconstruir argumentos há muito tempo ultrapassados e sem base.
Assédios também são frequentes — e perigosos — para elas. Inclusive, mulheres sofrem três vezes mais assédio sexual do que homens, no ambiente de trabalho.
E a estrada é um agravante para esse tipo de situação — para qualquer pessoa. Em uma profissão tão solitária, com horários extensos e as próprias condições sociais do país, o risco de ser “alvo” é maior, mas as estatísticas atuais também reforçam que as mulheres vivem com em um grau mais elevado de preocupação, durante o expediente.
Ser minoria também dificulta fazer com que sua voz seja ouvida. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD-IBGE) de 2015 mostrou que a mulher caminhoneira representa apenas 10% da categoria.
Daí, a importância da conscientização — independentemente do gênero. Isso ajuda a unificar a categoria e extingue essa cega desconfiança sobre o trabalho delas na estrada.
A equidade salarial deve ser combatida também na categoria. Essa diferença, no Brasil, chega a até 20%. O que torna a rotina na estrada, com suas idas e vindas, e cargas e descargas do caminhão, ainda mais exaustivas e frustrantes.
Mesmo com os problemas acima citados, a mulher caminhoneira não pode desistir de seguir suas paixões e se desenvolver profissionalmente — onde quer que seja.
Afinal de contas, a perseverança também é fonte de inspiração (assim como algumas músicas de caminhoneiros). E pode trazer importantes benefícios pessoais e profissionais a quem desbrava a estrada. Veja quais são!
Independência financeira e independência na vida. A mulher caminhoneira pode assumir o volante da sua trajetória — literalmente — e seguir por onde quiser.
E a entrada nessa profissão apaixonante permite que esse objetivo seja alcançado. Sem falar que expande a possibilidade para muitas outras mulheres caminhoneiras.
O empoderamento é uma consequência natural do espaço dedicado à mulher caminhoneira. E, claro, algo que reflete e irradia para outras áreas da sociedade. Todos têm a ganhar com o aumento de profissionais na estrada e em qualquer outro setor produtivo.
A mulher caminhoneira pode ser livre, sendo ela mesma, na área que seja (ou que necessite). Que a escolha seja dela, assim como muitas outras.
Mais uma vez, é importante destacar que a ruína desses preconceitos e riscos associados à categoria profissional só tem a beneficiar o país inteiro: quanto mais seguras forem as estradas, melhor vai ser o trabalho de todos os caminhoneiros.
Quanto mais acessível, mais produtiva e inclusiva será a profissão. E que isso se traduza em independência financeira, liberdade e empoderamento para todas as caminhoneiras brasileiras e, consequentemente, para todos os profissionais.
Veja as principais notícias das estradas na Revista Caminhoneiro!
Viu como a mulher caminhoneira tem que atravessar caminhos pouco explorados pelos colegas homens? Mas que, mesmo assim, existem muitas vantagens em persistir nesse rumo, desenvolvendo-se pessoal e profissionalmente?
Que as mudanças ocorram logo, pois os benefícios dessa inclusão acelerada vai transformar a sociedade completamente!
Já pensou em ser autônomo? Leia também nosso post sobre "tudo que você precisa saber sobre a profissão"
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