De janeiro a abril, a produção de caminhões foi de 31,8 mil unidades contra 44,5 mil caminhões em 2022, significando uma queda de 28,6%. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a mudança de tecnologia de Euro5 para Euro6 interferiu nesse resultado. "Até o momento, de janeiro a abril, apenas 12% dos caminhões emplacados são Euro6."
Se for considerado somente o mês de abril de 2023, foram fabricadas 7,3 mil unidades contra 10,1 mil caminhões em abril de 2022. Comparado com o mês de março de 2023, que alcançou 12,3 mil unidades, a queda é mais significativa, 41,1%.
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, ressalta que os feriados concentrados em abril puxaram para um mercado menor. "Tivemos em abril três feriados prolongados em relação a março, ou seja, cinco dias a menos. Para caminhões, após o fim do período de três meses em que era permitido emplacar modelos da fase anterior do Proconve, a situação foi difícil. Com isso, as vendas recuaram 16,6% sobre o fraco mês de abril de 2022, confirmando os desafios da introdução da oitava fase do programa de controle de emissões, que deixou os produtos nacionais em linha com os mais avançados modelos globais, mas com uma inevitável elevação de custo".
O emplacamento dos caminhões em abril de 2023 foi de 7,8 mil caminhões contra 10,1 mil em março de 2023. Se for feita uma comparação de abril de 2023 com abril de 2022, a queda é de 16,6%. No acumulado de janeiro a abril de 2023, foram licenciadas 36,4 mil unidades contra 36,2 mil em janeiro a abril de 2022, representando um leve aumento de 0,6%.
Segundo Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, "o desafio é a questão do P8. Trabalhar na questão de financiamento para o setor é bastante importante neste momento. Precisamos aumentar a produção de pesados, seja motivando o mercado interno, através de financiamentos mais atrativos, para acelerar a compra de caminhões Euro6 e motivar também financiamentos às exportações. A gente vê alguns mercados, que apesar da sua redução interna, estão se tornando atrativos e interessantes para caminhões e ônibus. Acordo de livre comércio com o México, que iniciou há cerca de 3, 4 anos, fazendo a redução gradual do imposto de importação, agora, em junho, fica zero, é muito importante".
Gustavo Bonini lembra que a introdução do P8 veio trazer a redução das emissões. Financiar uma tecnologia limpa é muito fundamental nos dias atuais. Quanto ao programa Renovar, Bonini explica que está na sua fase final. "Esse programa foi muito bem desenhado, com todo o setor envolvido, e agora é hora de colocá-lo em prática. Está sendo desenvolvida uma plataforma que será a base para o gerenciamento de todo o sistema com todas as informações necessárias. Creio que estamos na fase final e deveremos ter para o próximo semestre o início do piloto para que possamos fazer os ajustes necessários. Lembro ainda que é um programa que visa médio e longo prazo. Ele a longo prazo irá reduzir a idade média da frota de caminhões. Também é uma questão de segurança. Mas é claro, precisamos agir agora para obter resultados no futuro.
Fotos: divulgação
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