Produção de caminhões recua; 29 fábricas de semicondutores estão sendo construídas no mundo

A produção de caminhões em abril somou 9,5 mil unidades, resultando em queda de 29,9% na comparação com março (13,5 mil). O confronto com abril do ano passado indica uma queda de 27,6%. No acumulado de janeiro-abril/2022 foram fabricadas 43,9 mil unidades contra o mesmo período 2021 que registrou 46,2 mil, ou seja, uma baixa de 5,0%. Os números foram divulgados nesta terça-feira, 10, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Segundo Gustavo Bonini, vice-Presidente da Anfavea, os segmentos que vem alavanco o setor de caminhões são  agronegócio, construção,  mineração e e-commerce. “A queda na produção, envolveu questões como: dois dias a menos (feriados), a dificuldade que a cadeia de suprimentos vem tendo com a falta semicondutores e alguns componentes. Outro fator foi a coincidência de duas ou mais montadoras de pesados pararem no mesmo período, por conta da falta de alguns componentes. A expectativa é que tenha uma melhora a partir do segundo semestre”.

Renovação de frota

Quando a revista Caminhoneiro perguntou como está o andamento da renovação da frota de caminhões, Bonini respondeu: “esse programa nós aguardamos com bastante ansiedade. O programa irá fazer bem a toda sociedade. Não faz sentido investir em novas tecnologias e o Brasil ter uma boa parcela da frota com mais de 20 anos de idade. Estamos na expectativa que saia, em breve, o decreto, detalhando as próximas coordenadas e o programa avance. Imagino que saia nas próximas semanas”.

Fábricas de semicondutores

“O setor teve que se reinventar para evitar paralisações”, disse Márcio de Lima Leite, atual presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Segundo Márcio de Lima Leite há sinais positivos para a produção brasileira com as 29 novas fábricas de semicondutores que estão em construção mundo afora, com inaugurações a partir do segundo semestre — espera-se que todas estejam em funcionamento até o fim de 2023,  sendo que duas delas, na Alemanha e na Ásia, devem começar a produzir já este ano.

Ele afirmou que pelos estudos que estão sendo conduzidos pelo governo, iniciativa privada, universidades e associações, entre elas a própria Anfavea, o Brasil poderá investir cerca de US$ 2 bilhões (pouco mais de R$ 10 bilhões) também para ter novas plantas de produção local de semicondutores, voltadas para a indústria automotiva.

Foto: divulgação