A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou nesta quarta-feira, 7 de agosto de 2024, um aumento significativo na produção e no emplacamento de caminhões no Brasil.
No segmento de caminhões, a produção de julho de 2024 foi de 11,9 mil unidades, uma leve queda em relação a junho de 2024, que teve 12,2 mil unidades. No entanto, houve um crescimento impressionante de 76,5% em comparação com julho de 2023. No acumulado de janeiro a julho de 2024, o setor registrou um aumento de 41,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, o mês de julho teve três dias úteis a mais em relação a junho, todas as fábricas estavam produzindo, e alguns fornecedores no Rio Grande do Sul retornaram à produção.
“Todos esses fatores contribuíram para uma melhora, mas ainda estamos avaliando com otimismo, porém com cautela, os próximos dois meses para definir projeções para esse segmento”, comentou o presidente da Anfavea.
Quanto aos emplacamentos, julho de 2024 mostrou um crescimento de 13,7% em relação a junho e de 35,6% em comparação a julho de 2023. O acumulado dos sete meses de 2024 mostra um aumento de 11,8% em comparação com o mesmo período de 2023.
Quanto às exportações, a revista Caminhoneiro perguntou como está esse setor para caminhões. De acordo com Marcio de Lima Leite:
“Nós percebemos uma queda nesses mercados de destino, assim como vem acontecendo com os veículos leves. O Brasil, hoje, tem linhas de crédito, e o que temos trabalhado, inclusive com o BNDES, é para que essas linhas de crédito sejam mais rápidas e acessíveis. O BNDES é um grande parceiro nosso e tem feito um bom trabalho. O que queremos é subsidiar para dizer que temos oportunidades, inclusive com linhas de crédito para financiamentos aos clientes lá na ponta. Porque caminhões que estão chegando de outros países acabam tendo condições de crédito, seja na velocidade, no custo, mas em condições mais favoráveis do que as do Brasil. Isso tem feito com que os caminhões e ônibus percam competitividade nos países de destino. O que nós estamos trabalhando, e ontem tivemos uma reunião muito importante sobre esse assunto, é subsidiar o governo com alguns mecanismos que possam resultar em créditos mais atrativos nos países de destino, privilegiando a indústria brasileira. Para que a indústria brasileira não perca a competitividade nesses países. Porque o crédito para quem compra caminhões e ônibus é tão importante ou mais do que para os veículos leves. Então, hoje, quando algumas marcas de outros países chegam com oferta de crédito a um custo muito mais baixo e de uma forma muito mais estruturada, fica difícil. Estamos trabalhando nesses países de destino para que o Brasil também alcance a competitividade."
Marcus Vinícius Aguiar, vice-presidente da Anfavea, complementa:
“O cenário é semelhante ao dos veículos leves, com uma queda de 21% para pesados, enquanto os veículos leves estão com uma queda de 26%. Essa queda está concentrada nos principais mercados latino-americanos, como o presidente já mencionou: 30% no mercado argentino, 35% no México e 31% no Uruguai. Esses são os mercados onde encontramos maiores dificuldades este ano”.
Marcio de Lima Leite espera sucesso na Fenatran, que acontece em novembro, para o segmento de caminhões.
“O que vai acontecer nesta edição é especialmente importante, pois tivemos um ano muito difícil no ano passado em relação à produção de pesados. Este ano, o setor vem se recuperando gradativamente com novas tecnologias sendo apresentadas. O evento da Fenatran é crucial para o setor devido ao número de empregos que gera e ao que representa para a indústria. A expectativa em torno da Fenatran é extremamente positiva”, finaliza.
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