A Mercedes-Benz também sente os efeitos do Covid-19, mas sua rede de concessionárias está atenta com os clientes da marca e os profissionais do volante que estão na boleia percorrendo o Brasil afora.
Na primeira semana de paralisação, a rede Mercedes-Benz deparou com algumas dificuldades por causa de decretos estatuais e municipais que obrigaram estabelecimentos comerciais fecharem as portas temporariamente.
Mas rapidamente, esse quadro foi revertido já que muitos concessionários possuem suas próprias oficinas, ou seja, oferecem serviços essenciais para manter a frota rodando.
“Estamos prontos para atender da melhor forma os clientes. Oficinas operando na ativa; as entregas de peças Delivery sendo feitas; o 0800 (atendimentos nas rodovias) funcionando; as oficinas remotas atuantes; a Central de Relacionamento disponível; e as equipes de Serviços, em homeoffice, dando total suporte aos clientes.
Todos rigorosamente obedecem às normas de cuidados estipuladas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, diz Roberto Leoncini, vice-Presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil.
Atualmente são 185 pontos Mercedes-Benz e dentro desse volume alguns são dedicados às peças (esses estão fechados porque estão na categoria Comércio).
Roberto explica que certos dealers, por espontânea vontade, começaram a distribuir kits de alimentação aos caminhoneiros no horário de almoço, sobretudo, no início da proibição de estabelecimentos comerciais abertos.
“O caminhoneiro tinha bastante dificuldade de se alimentar e de encontrar pontos de apoio. Rapidamente aderimos essa ideia e apoiamos quem está tendo essa iniciativa. Evidentemente não foram todos que aderiram, uma vez que esses não possuíam logísticas de compras de alimentos. Há cerca de 40 concessionárias Mercedes-Benz que vem praticando essa ação. Felizmente, neste mês, o caminhoneiro já vem encontrando mais apoio na estrada”, diz Roberto Leoncini.
“Mais do que nunca fica bem claro o papel do caminhoneiro, do operador logístico que estão correndo riscos para não deixarem faltar alimentação, oxigênio, produtos de higiene e limpeza, equipamentos médicos, enfim o que precisamos no nosso dia a dia. Sabemos que é um momento crítico, mas estamos gratos a todos que estão na linha de frente.”
Alguns segmentos com mais oxigênio
Embora a Mercedes-Benz venha fazendo registros, no segmento de compras, houve uma queda significativa, além de fatores como os emplacamentos dos caminhões. “Os Detrans não estão funcionando, cartórios, por exemplo, que acabam afetando o sistema de emplacamentos como um todo. Neste início do mês o número de emplacamentos caiu muito”, comenta Leoncini.
O executivo continua sua explicação: “Apesar de todos os esforços, como o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) liberando os caminhões para rodar sem o licenciamento existem algumas perguntas que ficam no ar. Como as seguradoras vão fazer seguro de um caminhão sem placa? O que acontece se ocorrer um sinistro ou acidente? Como fica a cobertura a responsabilidade? Na realidade, o transportador acaba ficando inseguro de rodar com o caminhão sem estar emplacado”.
Segundo Roberto Leoncini, os efeitos do Covid-19 no meio de transporte rodoviário são diversos. Dependendo do segmento atinge de um modo: O Agronegócio, quando se fala do Mato Grosso, Maranhão, Bahia, entre outras a safra já começou, os fretes até aumentaram um pouco e as atividades estão acontecendo.
Os grãos já começaram a ser transportados e há também algumas exportações. Nos segmentos frigorificado e alimentício, por exemplo, tiveram picos altos com intuito de abastecer os grandes centros.
As pessoas acabaram comprando mais para fazer estoques de comidas em casa. Outro setor que vem registrando pico é o de gás de cozinha, que aumentou significativamente.
Segundo o vice-Presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, há outro fator que também mudou. “Algumas cargas que antes eram transportadas de avião, por uma questão de redução dos voos aéreos, migraram para o transporte rodoviário (caminhão). No entanto, existe o outro lado da moeda: O pessoal que fazia abastecimentos de lojas, comércio eletrônico, logística industrial, combustível estão com boa parte de suas frotas sem operar porque a demanda caiu radicalmente”, finaliza Roberto Leoncini com esperança dias melhores.
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!