Roberto Leoncini envia mensagem aos caminhoneiros

O vice-Presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, fala dos desafios do setor e ressalta a importância dos caminhoneiros para o País.

Revista Caminhoneiro - Qual é a sua avaliação do atual momento do setor de caminhões nacional? 

Roberto Leoncini – O setor de caminhões no Brasil foi pego de surpresa no ano passado, com essa grave pandemia. Esse ano também será interessante. Estou bastante otimista, mas dependemos de uma série de fatores, no que tange também às questões políticas. Elas envolvem muitas pautas que precisam ser destravadas. No entanto, ainda acho que vamos ter um 2021 melhor em comparação ao ano de 2020. 

Caminhoneiro - Quais são os principais desafios para 2021? 

Roberto Leoncini – Grazi, nós temos muitos desafios pela frente. Estamos vendo que o mundo inteiro começou com a vacinação, porém ainda está sendo um grande desafio, há vários problemas em relação ao lockdown, entre outros fatores. Caso não tenhamos aquelas grandes turbulências será um ano interessante como lhe falei. Há uma excelente safra, a retomada da indústria, o incremento do comércio eletrônico deve continuar como incentivadores, entre outros. Tudo isso vai sustentar o resultado atraente no mercado de caminhões.  

Caminhoneiro - Como está o fornecimento de matérias-primas para a fabricação dos produtos? 

Roberto Leoncini – Esse é o atual desafio gigante da indústria nacional. Nós estamos com problemas desde o ano passado. Na época, conseguimos contorná-los. Mas agora, eles se agravaram. As cadeias logísticas ficaram fragmentadas. Hoje, o nosso primeiro problema começa com o transporte (exemplo falta de contêineres; atrasos de entregas nos portos, não está se conseguindo ter àquela velocidade de descarga e distribuição adequada). Há várias dificuldades todos os dias. Ao mesmo tempo, quando quer se optar pelo frete aéreo, não é possível trazer o produto no tempo certo, já que a frequência aérea também está alterada, por causa dos voos reduzidos. O ritmo dessa importante cadeia está com dificuldade neste momento. As usinas de aço trabalham para elevar a produção com mais fornos em operação – o que leva um bom tempo. Mas também há uma pressão enorme com o câmbio e a demanda global de aço, que está aquecida. Todos os fatores acabaram influenciando na tonelada do preço do aço que acabou subindo, gerando custos extras. Mas os entraves não param aí: há uma disputa pelos chips que são usados também nos jogos eletrônicos. A indústria automotiva utiliza nos módulos do motor, tacógrafos, por exemplo, ou seja, tem uma série de problemas que todos iremos enfrentar, numa intensidade ou em outra, fora o impacto no custo. O começo do ano está sendo com emoção. Eu estou achando que será todo 2021. Será um desafio muito grande para o nosso setor de logística industrial, que tem que abastecer a fábrica. Isso acaba gerando atrasos e dificuldades em cumprir algumas promessas etc. Contudo, pode ter certeza, estamos tentando minimizar ao máximo essas questões. 

Caminhoneiro - Qual é a fila de espera para adquirir um caminhão Mercedes-Benz? 

Roberto Leoncini – Grazi, depende do modelo. Se estivermos falando dos leves e dos médios não temos muita espera. Normalmente, nós vamos abastecendo a nossa rede. Agora, quando se fala dos caminhões vocacionais, tipo 8x4 para mineração e o 6x4 para o transporte de cana-de- açúcar, aí começa ter uma espera entre três e quatro meses. No entanto, esses tipos de caminhões, de quem precisa para esse início do ano, já vieram buscá-los em setembro e outubro. 

Caminhoneiro - Qual é a expectativa da safra de grãos para este ano, no que tange às vendas de caminhões para esse segmento? 

Roberto Leoncini – A expectativa é boa. Acho que vamos ter um ano muito semelhante ao ano passado em relação à safra de grãos. O importante é que a safra seja colhida e vendida, transportada, quase no mesmo momento. Todos os envolvidos na safra e no processo logístico de transporte torcem para um escoamento eficiente dos grãos. No ano passado o ritmo de vendas e embarques foram muito bons, todo mundo trabalhou quase a safra inteira. A expectativa é que isso aconteça também nesse ano.  

Agora, o transportador tem desafios. O aumento de custos para a indústria afeta o transportador, porque o caminhão sobe de preço, o insumo do transporte subiu, o diesel aumentou, tudo isso deveria estar refletido no aumento do preço do frete.

Caminhoneiro - Como se saiu o Pós-venda da Mercedes-Benz no ano passado, levando em conta todas as dificuldades geradas pela pandemia? 

Roberto Leoncini – O Pós-venda saiu muito bem em conjunto com a Associação Brasileira dos Concessionários Mercedes-Benz (Assobens) prontamente agiram de uma maneira bastante atuante, sobretudo, durante o lockdown. Nós mostramos para o governo que as áreas de serviços (oficinas) dos concessionários eram essenciais e precisavam ficar abertas. Operamos com quase 100% de capacidade de várias formas, como com os agendamentos, enviando equipes para atender o cliente ou tendo a oficina aberta. Isso ajudou a crescer o pós-venda da Mercedes-Benz. Quem não utilizava os serviços do concessionário acabava não conseguindo ser atendido em outro lugar (não conseguiram permanecer abertos ou não tinham estrutura para tal). Esse cliente encontrou apoio e segurança na rede Mercedes-Benz. Então, cresceu o nosso número de atendimentos. A gente espera ter cativado esse cliente e continue conosco. Ele teve a oportunidade de constatar que a rede oferece serviços de qualidade e preços competitivos. Tem um nível de garantia das peças que não possui em outro lugar. 

Caminhoneiro – As vendas por intermédio do Showroom Virtual Star Online permanecem em 2021? 

Roberto Leoncini – Teoricamente, quando criamos no ano passado, ele iria ficar no ar cinco, seis meses. O objetivo foi fazer mais um ponto de atendimentos durante a pandemia. Mas agora vamos permanecer com o Showroom Virtual. Ele veio para ficar. O Showroom Virtual teve mais de 800 mil visitas em 2020 e, por meio dele, mais de 200 veículos foram entregues aos clientes. Por essa plataforma, pode comprar caminhões, ônibus e linha Sprinter, como também veículos seminovos da SelecTrucks. Além disso temos ofertas de peças e serviços e condições imperdíveis do banco e consórcio Mercedes-Benz. Tudo muito prático, simples e rápido, via chat com o seu concessionário.

Caminhoneiro - Neste ano, quais as modalidades mais indicadas para se adquirir um caminhão Mercedes-Benz? 

Roberto Leoncini – Eu acho que o Finame será o protagonista como teve no final do ano. Com todas essas indefinições que estão acontecendo, sobretudo na política brasileira, levam os analistas a começarem a ter um certo nível de desconforto. Outra modalidade é o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) que vai depender qual será o rumo que a economia do País irá tomar daqui pra frente. Outro destaque é o Consórcio Mercedes-Benz que criou algumas modalidades para atender bem os clientes.

Caminhoneiro - Como foram as vendas do Novo Actros em 2020 e quais as expectativas desse modelo para 2021? 

Roberto Leoncini – O que produzimos nós vendemos. Se perguntar se a Mercedes-Benz produziu o que a gente queria? Vou falar que não. Por causa da pandemia. Para esse ano vamos comercializar somente o Novo Actros, produzido em São Bernardo do Campo (ABC), não tem mais o antigo; que foi um sucesso, a grande ponte para retornarmos ao topo do segmento dos extrapesados. Estamos bastante otimistas. Nós fechamos o ano 2020 como líder dos extrapesados somando com o off road. Em 2020 foram emplacados 637 Novo Actros. Ele já vem com um pacote de segurança completo e oferecemos um caminhão com essas características é a nossa filosofia. Ele vem mostrando também que é um campeão na economia de combustível, ficou mais confortável para o motorista, tem um outro ambiente interno agradável, caminhão digital e todo conectado. Temos orgulho desse produto e a expectativa é que o Novo Actros irá ajudar a manter essa posição de liderança durante esse ano. Quero ir para o sexto ano seguido de liderança nesse segmento de caminhões.  

  

Caminhoneiro - Como a Mercedes-Benz se relaciona com os caminhoneiros? 

Roberto Leoncini – Grazi, estamos sempre próximos deles. Um exemplo, foi no início da pandemia. Por meio da nossa rede de concessionários procuramos dar bastante apoio aos caminhoneiros que enfrentou uma situação bem difícil: faltaram lugares abertos para recebê-los, dificuldade em se alimentar, enfim procuramos ajudá-los com o que precisavam na estrada. Isso foi bacana. Abrimos canais novos para que eles se comunicassem com a gente, divulgamos o WhatsApp Central de Relacionamento, o Mercedes Club (ajuda muito os caminhoneiros a conseguir ter um benefício quando tiverem gastos conosco que volta para ele em forma de pontos). Nesta iniciativa, todos os participantes cadastrados no programa de fidelidade da marca podem concorrer ao sorteio de caminhões e milhares de prêmios instantâneos como brindes e serviços. Além do mais continuamos fazendo eventos com foco para o caminhoneiro, promovemos várias lives, entre outros. Ele é o profissional que deve ser tratado prioritariamente. Vamos participar, junto de uma startup, de um programa que disponibiliza, para eles, Wi-Fi em postos de combustíveis, reformar banheiros para as mulheres caminhoneiras, entre outras iniciativas. Nosso olhar é bem voltado para os profissionais do volante.  

 

Caminhoneiro - Envie uma mensagem para os nossos leitores? 

Roberto Leoncini – Continuaremos firmes e fortes, afinal “As estradas falam. A Mercedes-Benz ouve”. A gente tem que escutar vocês sempre. Usem todos os canais para se comunicarem com a gente. Por isso, estamos abertos às inovações, sabendo que esse compromisso gera melhorias no transporte, mobilidade, qualidade de vida e segurança das pessoas, sustentabilidade ambiental e à sociedade como um todo. Inclusive, criamos uma plataforma online para que todos possam nos mandar sugestões, onde quer que estejam –www.movemosomundo.com.vc. Afinal, a Mercedes-Benz trabalha para todos que movem o mundo”. Sozinhos não vamos a lugar nenhum. Enquanto internamente nossos colaboradores seguem buscando sempre novas soluções a cada dia para os clientes da marca, bem como para o mercado e todo o ecossistema de transporte, também olhamos com atenção para o que se produz do lado de fora. Nosso intuito e agregarmos soluções interessantes aos nossos produtos, serviços e negócios. A Daimler tem um lema; “Move the World”, ou seja, trabalhamos para todos que movem o mundo e não tem gente que move mais o mundo que o caminhoneiro.