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Safra Movimenta o país

Por Revista Caminhoneiro em 08/05/2018 às 14:33
Safra Movimenta o país

A safra brasileira de grãos, cana-de-açúcar e algodão desempenham papéis importantes no avanço do agronegócio nacional. Apesar de pequena queda na produção de grãos, mesmo assim a estimativa atualmente é muito boa de 229,53 milhões de toneladas, para a safra 2017/18, redução de 3,4% em relação à safra anterior e 1,5% superior ao levantamento anterior, resultado, principalmente, do ganho de produtividade, segundo estudos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A área plantada está prevista em 61,38 milhões de hectares, ou seja, crescimento de 0,8% se comparada à safra 2016/17. Em especial a soja o ganho de área e as produtividades próximas dos normais na maioria dos estados e já com recorde em toda a Região Centro-Oeste têm proporcionado produção de soja de 114,96 milhões de toneladas, 0,8% superior à safra passada. Quando o assunto é algodão as condições climáticas têm favorecido o desenvolvimento da cultura que, aliado ao ganho de área, resulta numa produção de 1,86 milhão de toneladas de pluma, 21,8% superior à safra passada. Segundo dados do 4º e último levantamento da safra de cana-de-açúcar 2017/2018, a produção teve leve queda, chegando a 633,26 milhões de toneladas, o que corresponde a 3,6% a menos em relação à safra anterior, que foi de 657,18 milhões de t. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que, apesar da maior produtividade na região Nordeste, a média brasileira foi semelhante à da safra passada, de 72.543 kg/ha, e acabou não impactando no aumento da produção.   O levantamento mostra ainda que a diminuição também é reflexo da área colhida, que fechou 8,73 milhões de hectares, com queda de 3,5% se comparada à safra 2016/17. Mesmo com este cenário, a produção de etanol manteve-se estável, com 27,76 bilhões de litros e redução de 0,2%. Já o açúcar caiu para 37,87 milhões de t, com retração de 2,1% em relação à safra anterior, devido à menor quantidade de cana disponível e o direcionamento para a produção de etanol, visto que os preços no mercado internacional caíram.   No caso do etanol anidro, utilizado na mistura com a gasolina, houve aumento de 0,1%, alcançando 11,09 bilhões de litros. A justificativa, segundo a pesquisa, foi a manutenção do consumo de gasolina. Neste caso, o total produzido de etanol hidratado foi de 16,68 bilhões de litros, o que significa uma redução de 0,3% ou 58,36 milhões de litros. A estimativa aumentou em relação aos levantamentos anteriores, porque o consumo de etanol hidratado subiu a partir de outubro de 2017, o que levou as unidades de produção a direcionarem a produção para o biocombustível em detrimento do açúcar. O consumo acumulado, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), foi 5% superior à safra passada. Com relação aos destaques por região, no Sudeste a expectativa é de leve aumento dos patamares de produtividade em relação à safra anterior, apesar da diminuição na área colhida, reflexo de problemas climáticos e menor área colhida de fornecedores. Mesmo assim, a produção nesta região foi de 417,47 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processada, 4,2% inferior à safra 2016/17. O Centro-Oeste manteve a área colhida da safra passada, mas com es timativa de leve redução nos patamares de produtividade. A produção de 133,66 milhões de toneladas representa redução de 0,4%. No Nordeste, a boa produtividade garantiu uma produção de 41,14 milhões de toneladas, mesmo com registro de área menor. Na região Sul, com produção estimada em 37,52 milhões de toneladas, houve queda de 5,5% na área colhida. O fato ocorreu principalmente nas localidades fornecedoras que foram reconvertidas para a produção de grãos – ou que não possuíam mecanização – ou ainda naquelas onde não foi possível realizar toda a colheita devido ao excesso de chuvas no final da safra. Finalmente, na região Norte, que representa menos de 1% do total nacional, a área cultivada também foi menor, com produção de 3,46 milhões de toneladas. Na próxima semana, a Conab vai apresentar os primeiros números da estimativa de cana-de-açúcar da safra 2018/2019. Soja Segundo a Conab, com as principais culturas semeadas no País, a estimativa é de um recorde na área plantada de grãos no Brasil. O incremento estimado é de 0,6% na área para o plantio da safra 2017/18, atingindo valores acima de 61 milhões de hectares. A soja é a cultura que possui o maior ganho absoluto em área plantada (1,2 milhão de hectares), seguido do algodão (205,6 mil hectares) e do feijão segunda-safra (115,1 mil hectares), sobretudo o feijão-caupi que deve ter 165,2 mil hectares a mais na atual safra, atingindo 1.027,1 mil hectares. O incremento da área de algodão está estimado em 21,9% e torna a cultura a segunda maior em ganho absoluto de área semeada. São 205,6 mil hectares superior à safra 2016/17, a maior das últimas cinco safras. A estimativa atual é que a área brasileira atinja 1.144,7 mil hectares. Neste levantamento da Conab o crescimento da área está sendo estimado em 3,5% em relação ao ano passado, atingindo 35,1 milhões de hectares. O cultivo de algodão é diferente das demais culturas do País. Para que o produtor alcance rentabilidade a fim de se manter na cadeia de produção é necessário que a produção seja verticalizada. Essa verticalização consiste no produtor (ou um grupo deles) ser responsável pelo descaroçamento do produto (separação da pluma e do caroço), o que facilita a comercialização, tendo em vista que os compradores/ destinatários da pluma e do caroço são diferentes, o que agrega valor ao produto. Além disso, para ter resultados positivos, a semeadura exige alto padrão tecnológico e gestão profissional, o que resulta em alta produtividade. A estimativa atual permanece próxima à do excelente resultado obtido na safra passada. Na Região Centro-Oeste, que concentra 72% da produção brasileira, a estimativa é de melhores produtividades que a safra anterior, uma vez que a característica dos produtores locais é o cultivo da fibra nas áreas mais férteis das fazendas que, aliada à melhor tecnologia disponível, possibilitam produtividades superiores ao de outras regiões do País. Cana-de-açúcar Ela é considerada uma das alternativas para o setor de biocombustíveis devido ao grande potencial na produção de etanol e aos respectivos subprodutos. Além da produção de etanol e açúcar, as unidades de produção têm buscado operar com maior eficiência, até mesmo com geração de energia elétrica, auxiliando na redução dos custos e contribuindo para a sustentabilidade da atividade. O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, tendo grande importância para o agronegócio brasileiro. O aumento da demanda mundial por etanol, oriundo de fontes renováveis, aliado às grandes áreas cultiváveis e condições e climáticas favoráveis à cana-de-açúcar, tornam o País promissor para a exportação dessa commoditie.   Com o propósito fundamental de abastecer com informações e os conhecimentos relevantes que auxiliem o governo federal a gerir as políticas públicas voltadas para o setor sucroalcooleiro, além de fornecer dados importantes ao próprio setor e diante de um consenso da importância estratégica, econômica e de liderança que o setor sucroalcooleiro tem para o Brasil e da necessidade de ser mantida parceria permanente entre o setor público e o setor privado na condução deste assunto, a Conab, no âmbito do acordo de cooperação com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), promove levantamentos e avaliações quadrimestrais da safra brasileira de cana-de-açúcar. Curiosidades A cana-de-açúcar é conhecida por suas características peculiares: uma planta fina de formato cilíndrico, folhas grandes e pode alcançar até seis metros de altura. É com ela que se faz dois produtos essenciais para a economia mundial: o açúcar, parte indispensável da alimentação humana, e o álcool, utilizado nas bebidas alcoólicas como a cachaça, o vinho e a cerveja, ou como combustível para abastecer os carros, também conhecido como etanol. A altura que essa espécie atinge está diretamente ligada à quantidade de sol que ela recebe diariamente. Cultivados em locais de clima tropical ou subtropical, os pés de cana-de-açúcar são da mesma família de plantas como o milho, o arroz e a cevada. A cultura pode se desenvolver até em solos sem muitos recursos, como o cerrado. A cana produzida hoje é resultado de diversas melhorias genéticas feitas através do cruzamento de suas espécies. Como surgiu a cana Como o Brasil é o maior produtor de cana, muitos acreditam que se trata de uma cultura genuinamente nacional, mas não é verdade. A planta surgiu na ilha de Nova Guiné, no meio do oceano pacífico e se espalhou para o mundo gradualmente, junto com a migração humana. No Brasil a cana-de-açúcar só chegou em 1520, logo após os portugueses. Desde que chegou ao País no início do século XVI, junto com as primeiras caravelas, a cana-de-açúcar se tornou um dos mais importantes cultivos desenvolvidos no Brasil. Atualmente, o país ocupa o primeiro lugar no ranking de produção de açúcar e é o maior exportador de etanol. A recente busca por combustíveis renováveis que substituam o petróleo e não sejam tão agressivos ao meio ambiente faz da cana-de-açúcar um produto de importância global na procura por um desenvolvimento mais sustentável.

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