Em mais uma edição do nosso arquivo RC, vamos acompanhar o momento em que Scania e Volvo entram numa batalha para disputar quem oferece o melhor caminhão pesado. Confira na íntegra os detalhes da edição nº 85
Capa da edição n°85, de setembro de 1993
Brasil, ano 1993. Vendem-se mais caminhões pesados do que qualquer outra categoria. Querem ver só: de janeiro a setembro, as vendas de pesados foram de 10.134 unidades. Os médios e leves venderam, respectivamente, 9.448 e 8.276.
Scania, líder, e Volvo vice-líder, disputam este mercado palmo a palmo. A primeira, diz que de jeito nenhum pretende perder a dianteira. A segunda Volvo pensa o contrário, e está de olho no primeiro lugar.
Nessa briga, quem ganha é o comprador, que passa a receber melhores produtos. A Scania já começou a vender a nova linha 94 com boas novidades, principalmente na boleia. O destaque é a cabine Topline, 22 cm mais alta.
Já a Volvo, depois de melhorar o conforto da cabine, em janeiro de 1993 decidiu atacar também a cabine da Scania. Por isso, está trazendo para o Brasil um cara-chata feito na Suécia.
O modelo é chamado Globetrotter, e seus maiores destaques são a altura interna da boleia, de 1,95m, e o motor de 12 litros dotado de injeção eletrônica.
Essa guerra está apenas no início! Trata-se de uma batalha onde o alvo, ou seja o cliente, precisa ser preservado, custe o que custar.
A Boleia fica mais confortável
Scania: cabine mais alta, com maior conforto para o motorista, marca as mudanças nos caminhões da linha 94
Além de dormir gostoso, você pode dançar românticos boleros ou fogosos cha-cha-chás nas boleias dos novos caminhões Scania da linha 1994, desde outubro à vendo no mercado.
Os novos modelos substituem os focinhudos (T) e caras-chatas (R) lançados no começo dos anos 80.
Como você sabe, caminhoneiro, as mudanças foram feitas pensando no conforto. Um ambiente de trabalho mais confortável melhora a produtividade do motorista. Mas vamos ao que interessa; as mudanças:
Cabine 22,5 cm mais alta
Tanto o T como o R ganharam 22,5 cm a mais de altura. É a cabine batizada de Topline, e é um opcional para o modelo.
Painel de avião
Em toda a linha (Top Line e convencional), há um novo painel de instrumentos recurvado. Parece o painel de uma espaçonave. Mas além de beleza, o painel é prático.
Todos os instrumentos, interruptores e reguladores são iluminados e situados em grupos. Ainda no painel você encontra também um novo tacógrafo, de acionamento eletrônico.
Mais espaço para objetos
O caminhoneiro costuma levar muitos objetos de uso pessoal na sua casa-boleia. Por isso, chama atenção na cabine Topline, o maior espaço com prateleiras e, detalhe importante, com tampa.
Suspensão a ar
Até então só o cara-chata dispunha de suspensão a ar para a cabine. Agora, o focinhudo T também ganhou esse conforto. Seu sistema, explica a Scania, se baseia em molas pneumáticas que contam com válvulas de nível e são dotadas de amortecedores.
Direção ajustável
Altura e inclinação do volante podem ser regulados de acordo com sua conveniência. É outro item de conforto incorporado aos Scania 94.
Ar condicionado
Quem quiser ar condicionado, a nova linha oferece um equipamento que “rouba” pouca potência, de 4 a 7 cv. O ar é movido pela polia do motor, e importante: não utiliza clorofluorcarbono, conhecido como CFC, um inimigo da camada de ozônio.
Para-choque novo
O visual do novo Scania é diferente. No Focinhudo T, a grade dianteira tem agora quatro travessas de 64 mm, e o para-choque (opcional) é do tipo envolvente, incorpora quatro faróis auxiliares, dois de neblina e dois de longo alcance.
A linha de lançamento é o azul com faixas decorativas, e as outras cores são o branco e vermelho.
Diferencial mais robusto
Em toda a linha 94 (T e R), e tipos (320, 360 e 450), a Scania está oferecendo a redução do diferencial R 780, em substituição ao R 770.
Isso significa maior robustez e maior durabilidade de rolamento. Com a modificação, foram introduzidas novas relações de redução 3,40:1 e 3,80:1.
Lonas e sapatas
O comprimento das lonas de freio e das sapatas foi reduzido. O objetivo é das às lonas maior durabilidade e menor envidraçamento.
Brasil importa cara-chata Sueco
Volvo: vai custar 100 mil dólares. Veio da Suécia e começou a ser vendido no Brasil a partir de novembro
Depois da nova linha focinhuda, a NL, lançada em janeiro de 1993, a Volvo traz ao motorista brasileiro um cara-chata importado da Suécia. É o modelo FH 12 380, com motor de 12,1 litros, 380 cv e com potência máxima atingida na faixa de 1700 a 1800 rpm.
Batizado de Globetrotter, é o primeiro caminhão importado no Brasil desde 1957, quando a indústria passou a produzir veículos de carga no País. É um caminhão vistoso, a começar pela cor vermelha. Mas há outros detalhes:
Fotos: Acervo Revista Caminhoneiro