Ao contrário dos automóveis, ônibus e caminhões, as máquinas agrícolas e rodoviárias ainda observaram um mês positivo, já que a maioria das fábricas funcionou até o começo de abril, e as vendas estavam aquecidas em função da época de colheitas.
Na comparação com o mês anterior, as vendas avançaram 46%, as exportações 19% e a produção 15%, diz Luiz Carlos Moraes, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
As fabricantes de máquinas agrícolas garantem ter estoque para atender os produtores rurais, atividade considerada essencial, com ou sem pandemia. Outra atividade que permanece a pleno vapor é a de assistência técnica e distribuição de peças para as máquinas, e também para caminhões, de forma que a produção rural e o transporte não sejam prejudicados neste momento tão delicado do país.
Depois de duas semanas de forte atividade no mercado interno, que apontavam para um robusto crescimento, a paralisação gradativa, por causa do coronavírus, do comércio e das fábricas na segunda quinzena resultou em queda de quase 90% nas atividades do setor como um todo.
"Tivemos dois momentos bem distintos em
março. Até o começo da segunda quinzena, as vendas estavam em alta, com
crescimento de 9% no acumulado do ano, em relação ao ano passado. Mas o avanço
da pandemia em nosso país foi provocando a interrupção das atividades nas
fábricas e nas concessionárias, fazendo com que fechássemos o mês com queda de
8% no acumulado do ano", explicou Luiz Carlos Moraes, presidente da
Anfavea.
Segundo o dirigente, mais preocupante é verificar que as vendas despencaram quase 90% das primeiras semanas para as duas últimas, o que projeta um resultado altamente preocupante para abril.
"O momento é de priorizar a saúde da população, e todas as nossas associadas estão dando sua contribuição no combate ao coronavírus, seja reparando respiradores, seja produzindo e doando máscaras, ou mesmo cedendo suas frotas para as mais diversas finalidades. Mas também é hora de uma conscientização de todas as esferas do governo, bancos e sociedade para criar mecanismos que permitam à cadeia automotiva atravessar esse período de retração com a preservação das empresas e dos empregos", alertou Moraes.
Observando março de 2020 com um todo, a queda em
relação ao mesmo mês de 2019 foi de 21% para produção, licenciamentos e
exportação, coincidentemente. Na comparação com fevereiro, a retração foi de
18% nos emplacamentos e nas exportações, e de 7% na produção.
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