O mercado de implementos rodoviários apresentou cenário positivo ao longo de 2024, puxado pelo emplacamento de sobrechassis (linha leve). Reboques e Semirreboques (linha pesada) tiveram comportamento similar ao ano anterior. A afirmação é do vice-presidente do SIMEFRE (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários), Alexandre Dorival Gazzi.
Segundo ele, a retração do agronegócio e a espera por melhores condições comerciais na FENATRAN, impediram que o setor alcançasse números maiores. Mesmo assim a expectativa para 2025 é de um mercado estável, com a continuidade da forte demanda gerada pelas cargas industrializadas e pela recuperação do agronegócio.
De janeiro a outubro, foram emplacados mais de 133 mil produtos. O destaque foi o crescimento na linha pesada para os produtos destinados ao transporte de cargas industrializadas, "conteinerizadas" e líquidos, puxados pelo acelerado crescimento do transporte marítimo, pela exportação de carne e pelo crescimento do e-commerce.
Do total de produtos emplacados de janeiro a outubro, 58 mil foram carrocerias sobrechassi (linha leve) e 75 mil reboques e semirreboques (linha pesada). Em relação ao ano anterior, tais números representam crescimento de 15,9% e 0,4%, respectivamente
No campo das exportações, o vice-presidente do SIMEFRE ressalta que o governo pouco tem feito para fomentar a exportação, como garantir a desoneração de folha ou processos de isenção de alíquotas de impostos.
"Além de não acontecerem na plenitude, os processos são muito burocráticos para administrar."
Entre janeiro e outubro de 24, as exportações retraíram 43,5%. Ao todo foram exportadas 2.706 unidades, ante 4.790 no ano anterior. Gazzi explica que a falta de competitividade dos produtos nacionais é um dos principais motivos deste desempenho.
"Muitos países da América do Sul possuem critérios muito baixos quanto a regulamentação de produtos novos e também usados. Naqueles mais organizados, existem fabricantes locais melhores estruturados e sobretudo, com uma retratação total do mercado de modo geral. Na África, os chineses estão dominando o mercado, concedendo além de preços imbatíveis, linhas de financiamento direta", comenta.
Dentre as iniciativas de incentivo às exportações, ele cita a parceria entre a ApexBrasil e ANFIR, através do programa Move Brazil, para incentivar a comercialização de produtos através de ações comerciais, como a participação em feiras e rodadas de negócios.
Foto: divulgação
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