Suspensão da placa do Mercosul: impactos das mudanças para o caminhoneiro
Por Revista Caminhoneiro em 22/11/2018 às 16:47
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A Placa Mercosul foi idealizada pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) no ano de 2014 e deveria ser uma identificação padrão nos países pertencentes ao bloco econômico sul-americano.Essa padronização tem o objetivo de facilitar a livre-circulação na fronteira dos países, principalmente entre os caminhões, e também maximizar o contato entre policiais de diferentes estados e até países. Tudo isso seria feito para tornar o contato entre policiais mais simples e evitar possíveis erros e enganos que acontecem atualmente.Inicialmente, o uso dessas placas deveria se tornar obrigatório entre os veículos novos a partir de 2016. Desde a época, porém, essa regulamentação já foi adiada três vezes e recebeu críticas e recomendações de muitas pessoas e até mesmo agentes da lei.
Suspensão da lei em outubro de 2018
Em outubro de 2018, a Desembargadora Federal Daniele Maranhão Costa determinou a suspensão do credenciamento e do emplacamento da Placa Mercosul no Brasil em 2018. As justificativas seriam a forma como o processo está sendo feito e a falta de vantagens que justifiquem o valor gasto pelos caminhoneiros.Essa decisão suspendeu a obrigatoriedade da implementação das placas até o mês de dezembro do mesmo ano. Apesar disso, em mais um recurso na justiça, esse adiamento temporário foi novamente derrubado.
STJ libera Placas Mercosul
O ministro João Otávio de Noronha, no STJ (Supremo Tribunal de Justiça) anulou a suspensão imposta pela Desembargadora Daniele Maranhão e manteve a determinação do Denatran.Assim, ficou decidido que todos os veículos novos ou que pretendiam emplacar novamente o carro ou caminhão, por diferentes motivos, deveriam receber a nova placa, seja em qualquer estado brasileiro.
Mudanças na lei
A lei para o uso das Placas do Mercosul foi criada inicialmente para abranger todos os veículos brasileiros, desde motos até caminhões, e deveria ter um chip capaz de identificar todas as informações sobre aquele transporte e seu condutor.Com o passar dos anos as regras foram alteradas, excluindo alguns pontos e incluindo outros. Foi determinado que a troca das placas só deveria existir nos novos veículos e nos que mudarem de estado e cidade. Isso porque, diferentemente de outros países, nas placas brasileiras será obrigatório o brasão do estado e do município de confecção do material.Na prática, o único estado que já havia aderido ao novo modelo de emplacamento foi o Rio de Janeiro, em locais credenciados pelo Denatran.
Valores para o caminhoneiro
Muitos caminhoneiros costumam trocar de cidade e estado, dependendo de seu contratante e do tipo de serviço que estão fornecendo. Por isso, em diversos casos, será necessário que esses profissionais realizem a troca da placa, até mesmo de forma frequente, pagando sempre para realizar esse serviço.O preço faz com que muitos caminhoneiros fiquem preocupados com essa Nova Placa Mercosul 2018. Apesar disso, segundo o Denatran, não é possível ainda prever o preço dessa troca em todos os estados e capitais brasileiras, já que o atendimento deve ser feito por locais credenciados e especializados.
Pontos positivos e negativos da Placa Mercosul para os caminhoneiros
A Placa Mercosul possui algumas vantagens em relação às atuais, mas também podem se tornar inviáveis para tantos outros caminhoneiros. Para estabelecer essa relação, é necessário calcular os prós e contras de forma individual.Como desvantagem está o custo, que pode ser aumentado cada vez mais. Isso porque as novas placas possuem o brasão de cada estado e município, o que torna necessária sua troca sempre que o caminhoneiro se mudar para outro local.Por outro lado, a Placa Mercosul pode tornar extremamente mais fluída a passagem dos caminhões brasileiros pelas fronteiras. A fácil identificação permite aos oficiais estrangeiros um contato rápido com os brasileiros, evitando maiores empecilhos na estrada.