A revista Caminhoneiro mostra os dois lados referentes à decisão de tomar a vacina.
“Tomar a vacina contra a Covid-19 não pode ser obrigatório”, diz Edvaldo Bastos Cláudio, conhecido como Carioca, que tem mais de 30 anos de estrada. “Nada nesse mundo pode ser obrigatório. Tem que ter o livre arbítrio. Sinceramente, ainda tenho dúvidas em relação à vacina.
As pessoas têm que tomar a sua própria decisão e não influenciadas por terceiros. Quero deixar bem claro que não sou contra as pessoas que querem se vacinar. No entanto, a decisão tem que ser por livre e espontânea vontade dela. Eu fazia a rota Internacional e pedi para deixá-la, por que não quero mais ser submetido ao teste do Covid-19, na fronteira. Graça a Deus, até hoje, não peguei essa doença.
Tenho um grupo aqui no Rio de Janeiro, de 878 caminhoneiros, nos quais mais de 700 não irão tomar a vacina. Eles pensam igual a mim e não podem ser obrigados”.
Edvaldo Bastos Cláudio é contra a obrigatoriedade da vacina
Por outro lado, inúmeros caminhoneiros estão procurando os seus representantes para saber quando os caminhoneiros serão vacinados. “Infelizmente, há muitos motoristas profissionais que estão se contaminado o Covid-19”, diz José Natan, presidente do Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros (SUBC).
A exposição dos caminhoneiros autônomos aos riscos de contágio do Coronavírus (Covid-19) é real e preocupante, uma vez que esta categoria de trabalhadores possui hábitos pessoais, como banho, alimentação e até pernoite, em ambientes compartilhados e em locais de regiões variadas em um curto período de tempo.
Além disso, os caminhoneiros permanecem ativos, pois são essenciais para garantir o bem-estar da população em um momento tão delicado. Trata-se de uma categoria que possui um serviço essencial para a sociedade, pois abastecem as cadeias produtivas com os suprimentos fundamentais para encarar esta crise.
“Já estamos pressionando o governo federal para que eles sejam vacinados com urgência. Todo mundo é prioridade, menos os caminhoneiros”, diz José Natan, lembrando que há pouco tempo dois irmãos caminhoneiros faleceram de Covid-19.
José Natan é a favor da vacinação em massa
A pressão é grande para o caminhoneiro que está longe de casa e percebe que não está bem. Ele possui a responsabilidade da carga, do caminhão, das notas, enfim esse profissional acaba ficando dentro da cabine tentado melhorar para retornar a viagem e poder se tratar”, finaliza José Natan.
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!