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Valorizem nosso trabalho

Por Revista Caminhoneiro em 03/09/2019 às 17:26
Valorizem nosso trabalho

Entra ano e sai ano e ainda muito precisa ser feito a favor da categoria. No Dia do Motorista, caminhoneiros transmitem as suas mensagens.

Quem passa todo tempo na estrada, longe de seus familiares, enfrentando chuva ou sol, de sábado a sábado merece, sem dúvida, uma data para ser homenageado. Na realidade, a Assembleia Legislativa de São Paulo considerou que esse profissional que trabalha a serviço da eficiência de entregas de mercadorias merecia uma data comemorativa somente para a sua categoria. Então, oficializou o dia 30 de junho como o Dia do Caminhoneiro.

Mas essa data acabou perdendo força para o dia 25 de julho, Dia do Motorista e de São Cristóvão, padroeiro desse profissional.

“Cristóvão” significa aquele que carrega Cristo. Este era o nome de um gigante que queria servir ao mais poderoso de todos os homens. De início, serviu a Satanás, mas quando soube que o mais poderoso era Jesus, converteu-se e foi viver a margem de um rio. Lá, carregava pessoas de uma margem à outra.

Certo dia, ao carregar um menino, sentiu que a criança ficava cada vez mais pesada. Então disse que parecia carregar o mundo nas costas. O menino respondeu: “Não carregas o mundo e sim seu criador. Sou Jesus, aquele a quem serves”.

Como o Trabalho de Cristóvão era transportar os viajantes através dos rios, tornou-se padroeiro dos viajantes. Em épocas mais recentes, encontrou uma nova popularidade, como padroeiro dos motoristas e, em especial, dos caminhoneiros, muitos deles possuem a figura de São Cristóvão em alguma parte da cabine do caminhão.

Ponto de vista

Carlos Roberto de Carvalho, frequenta a boleia de um caminhão desde os seus 15 anos de idade. “Tenho muitos anos de profissão. Meu pai, Rubens Gomes de Carvalho, era caminhoneiro e os meus tios. Dirijo um Mercedes-Benz 1634 transportando soda cáustica. Não tenho uma rota certa. Quando me indicam o lugar eu vou fazer a entrega”, diz

 “Com tantas tecnologias que chegaram no mundo dos caminhões, mudou bastante a vida do caminhoneiro. Hoje, ele tem mais segurança. As tecnologias ajudam muito o motorista. Só que os amigos de profissão abusam e não respeitam os colegas. Se quebrava o veículo a gente tinha a ajuda dos colegas. Nos tempos atuas isso não acontece mais. Sinceramente, gosto da minha profissão, mas falta respeito entre nós. Quero ressaltar que não é a maioria. Precisamos trabalhar com mais atenção, não fechar os outros nas estradas. Não é porque dirige um caminhão mais novo que vai desrespeitar os outros que têm um veículo mais antigo”.

Adriano Rodrigues da Silva tem 25 anos de estrada e dirige um Volvo FH, puxando carga para todo o Brasil. Casado com Fernanda, ele aproveita esse espaço para enviar um abraço a todos os parceiros de estrada. Não percam a esperança porque o Brasil vai melhorar. Depois da greve dos caminhoneiros e de mostrarmos a nossa força vejo a classe mais unida. No entanto, ainda estamos engatinhando em relação a outros países quando o assunto é valorização dos caminhoneiros. Faltam também pontos de paradas que só temos nos postos de combustíveis localizados, sobretudo, em rodovias pedagiadas. Não gosto que a sociedade brasileira nos olhe como coitadinhos. Exercemos uma profissão como as demais. Nela existem coisas boas e ruins. Não podemos ter o sentimento de vítimas”. 

 Renato Tadeu Bastos de Melo está na estrada há 31 anos e já dirigiu diversas marcas de caminhões. “Vejo situações que companheiros da mesma profissão querem ser mais que os outros. Antigamente, paravam 10 colegas para ajudar a gente quando percebia que estávamos com alguma dificuldade. Hoje, isso não acontece mais. Acho que esse individualismo foi estimulado pelo medo de ser assaltado. Todos os caminhões são monitorados e não podem parar em qualquer lugar. Então, aproveito para pedir mais segurança nas estradas. Contudo, poucos reconhecem o nosso trabalho. Somos muitos discriminados. Pensem que tudo que você tem foi transportado por nós, como geladeira, TV, computador, tijolos, cimento, combustível, autopeças, entre outros. Valorizem mais o nosso trabalho”. 

José Geraldo tem 37 anos de estrada. Hoje, dirige um Volvo 440 e puxa carga para todo o Brasil. Casado com Rosa, o caminhoneiro fala que quem trabalha comissionado não é nada fácil. Quanto mais a gente trabalha, mais rendimentos temos. “Ultimamente a situação do País não está nada fácil e para os caminhoneiros não é diferente. Espero que votando a nova Previdência Social melhore para todos os brasileiros que enfrentam índice alarmantes de desemprego. Eu recordo que li uma reportagem que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 12,5% no trimestre de fevereiro a abril. Outro ponto importante é a nossa valorização. É difícil alguém pensar no caminhoneiro. Enquanto, você está em um supermercado comprando frutas, no posto de combustíveis abastecendo o carro, entre outras tarefas simples do dia a dia, você costuma pensar em como tem tudo isso à sua disposição?  A sociedade precisa nos valorizar”.

Anderson Oliveira tem 15 anos de estrada. “O caminhoneiro enfrenta a falta de pontos de paradas. Não existe lugar para a gente dormir. A segurança está precária nas estradas. Qualquer lugar é perigoso. Eu quero felicitar e agradecer a todos aqueles que arriscam as suas vidas diariamente nas estradas e rodovias do Brasil. Aproveito para pedir que as pessoas procurem saber mais sobre o nosso trabalho e nos valorizem”

Davi Cristiano Martins Meira tem 25 anos de estrada. Durante esses anos já dirigiu todas as marcas de caminhões. “Para a nossa categoria faltam muitas coisas, mas a principal é uma remuneração maior e o respeito à Lei dos Caminhoneiros, dos nossos salários e do tempo de descanso. Eu acho que deveria ter uma melhor fiscalização sobre a jornada de trabalho. Isso porque 80% dos acidentes são ocasionados pela fadiga dos motoristas e muitos trabalham à base de comissão, ou seja, tem que produzir para poder ter um faturamento razoável. Quero ressaltar que têm empresas que pagam salários justos e seguem a Lei dos Caminhoneiros. Não podemos generalizar. No Brasil, o caminhoneiro não é valorizado como na Europa e nos EUA. Porém, depois da greve dos caminhoneiros percebi uma mudança de melhora significativa com a gente. O pessoal já olha e trata o motorista diferente. Lógico, está longe de ser padrão europeu ou americano. Parabéns! Porque todos nós somos heróis, guerreiros, peço para o pessoal mais respeito e união”.

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