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Greve dos caminhoneiros: o que se sabe até o momento?

Por Equipe RC em 31/10/2021 às 13:32
Greve dos caminhoneiros: o que se sabe até o momento?

Publicado em: 31/10/2021 às 13:31 | Atualizado em: 01/11/2021 às 17:14

Diante de uma possível paralisação dos caminhoneiros, marcada para o dia 1º de novembro, separamos algumas informações a respeito da greve. Continue acompanhando este conteúdo para mais atualizações.

Atualização (01/11)

As rodovias brasileiras, neste momento, não registram bloqueios feitos pelos caminhoneiros.

A Santos Port Authority (SPA) informa que, até o presente momento, o acesso ao Porto de Santos flui normalmente, não havendo qualquer retenção ao tráfego nem concentração de caminhões parados. Há cerca de 40 manifestantes nas imediações do Porto, mas sem obstrução de tráfego. Os órgãos de segurança pública e a Guarda Portuária seguem mobilizados para coibir qualquer tentativa de obstrução das vias.

O porto opera sem restrições em cerca de 80% dos navios atracados (43). O restante tem sido afetado em maior ou menor grau em razão da cautela por parte de transportadoras e embarcadores no acesso ao Porto diante do temor de represálias.

Por volta da 01h00 desta segunda-feira havia concentração de manifestantes nas imediações do Porto. Após a entrega do interdito proibitório pela Polícia Militar de São Paulo, os manifestantes se retiraram.

Não há confirmação de casos de vandalismo nas imediações do Porto.

Adesão

Centrais sindicais lançaram no dia 28, nota de apoio à greve marcada por caminhoneiros para o dia 1º de novembro. A greve, em protesto aos constantes reajustes de preços da Petrobras, tentou ser desmobilizada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, com a promessa de beneficiar pelo menos 750 mil caminhoneiros com o auxílio diesel no valor de R$ 400, anunciado no dia 21. O compromisso assumido pelo presidente, contudo, não agradou à categoria, que manteve a realização do movimento para a próxima segunda-feira.

O Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam) informou que vai aderir à paralisação nacional dos caminhoneiros, marcada para a próxima segunda-feira (1º). A participação já havia sido indicada pelo presidente do Sindicam, Luciano Santos, em 16 de outubro, quando a categoria anunciou estado de greve. A decisão foi formalizada no dia 28 em assembleia com sindicatos e cooperativas.

A Federação Nacional dos Empregados em Postos de Combustíveis e Derivados de Petróleo (Fenepospetro) vai orientar frentistas de postos de combustível a acolherem e apoiar, com infraestrutura, os caminhoneiros.

Posições contrárias

A NTC&Logística, bem como suas entidades representadas por Federações e Sindicatos, e todas as empresas por elas representadas, são e sempre foram contrárias a qualquer paralisação de suas atividades.

O segmento compreende sua posição para contribuição plena no desenvolvimento e abastecimento da sociedade brasileira. Diante dos últimos acontecimentos, ameaças de paralisação e também informações contrárias do que a entidade acredita e propaga, à presidência encaminhou um ofício ao Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas reforçando sua posição.

Clique aqui para conferir a nota

O presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Vander Costa, reuniu-se, na terça-feira (26), com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para debater a segurança do transporte de cargas no Brasil em uma eventual paralisação dos caminhoneiros autônomos.

Na ocasião, o presidente da CNT reafirmou que a entidade não respalda qualquer movimento grevista por parte desses profissionais.

O ministro afirmou que o governo garantirá a segurança nas estradas brasileiras. A CNT, por sua vez, reafirmou que, com segurança, as transportadoras não irão parar e não haverá desabastecimento.

A Federação dos Caminhoneiros Autônomos do RS (FECAM-RS) declara que segue a mesma posição da maioria dos sindicatos filiados. A entidade não recomenda a participação nesse movimento por ter da categoria o não reconhecimento da pauta nem das lideranças que conduzem.

“O declarado 'Estado de Greve' é responsabilidade pessoal do Deputado Nereu Crispin e de quem mais declarou isso à imprensa. No entanto, quem toma as decisões sobre esse assunto não são lideranças e nem entidades, mas o livre arbítrio da categoria, que ao participar de um movimento assume a responsabilidade pelas suas consequências, sejam elas boas ou negativas”, informa a Fecam-RS.

Reunião com deputados

Na quinta-feira (28/10), ocorreu uma reunião via videoconferencia entre deputados e alguns representantes dos caminhoneiros, que reforçaram que a greve marcada para o dia 1º está mantinda.

"Apresentamos a agenda, questionamos a política de preços dos combustíveis da Petrobras, pedimos apoio aos deputados nas pautas e reforçamos a greve para o dia 1º. O recado foi dado", disse o presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O encontro foi organizado pela Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas. De acordo com presidente da frente, o deputado federal Nereu Crispim(PSL-RS), mais de 80 lideranças de caminhoneiros de vários Estados do País e quatro deputados participaram da reunião. Integrantes do Executivo foram convidados mas não estiveram presentes, conforme o deputado.

Pontos de bloqueio

A União dos Caminhoneiros do Brasil já está divulgando onde acontecerão os bloqueios a partir das 00:00 do dia 01/11/2021, segunda-feira. Confira:

  1. Rodovia dos Bandeirantes, km 13 próximo a chegada à capital nos dois sentidos.
  2. Rodovia Anhanguera, km 17 nos dois sentidos.
  3. Rodovia Castelo Branco, km 13 chegada à capital sentido capital e Km 28, próximo ao posto Graal sentido interior.
  4. Rodovia Raposo Tavares, km 18 sentido capital. Km 35 sentido interior.
  5. Rodovia Regis Bitencourt próximo ao Shopping Taboão sentido capital. E altura de Embu das artes nos dois sentidos.
  6. Rodovia Anchieta sentido baixada altura e sentido capital na altura da Volkswagen.
  7. Rodovia dos Imigrantes altura da interligação nos dois sentidos.
  8. Rodovia Dutra altura do Shopping Internacional de Guarulhos nos dois sentidos.
  9. Rodovia Fernão Dias nos dois sentidos na altura de Mairiporã e Atibaia.
  10. Rodoanel Mário Covas nos dois sentidos na altura de Embu das Artes e na altura da rodovia Castelo Branco.

A União dos Caminhoneiros do Brasil solicita ajuda de todos, inclusive, levando água e comida.

Registro de paralisações

Alguns locais já contam com alguns movimentos isolados de paralisações pelo País, como em Salvador (BA) e Barra Mansa no (RJ).

Com os caminhões estacionados nos postos de combustíveis, os motoristas profissionais prometem permanecer nos locais apoiando o movimento oficial previsto para a próxima segunda-feira.

Motoristas estão insatisfeitos com o aumento de combustível e a política do governo para o setor. Há pessoas que na última chamada eram contra, mas que agora estão parando por causa da difícil situação. Por isso, lideranças dos caminhoneiros autônomos garantem que a adesão à greve será alta.

Pesquisa

Pesquisa mostra que as paralisações de caminhoneiros têm o apoio de 59% dos trabalhadores da categoria. A intenção de participação do movimento fica um pouco abaixo: 54%. O levantamento foi feito pela empresa FreteBras. Foram ouvidos 2.023 caminhoneiros de sua base de dados, por meio de questionamento online, em 21 de outubro. Os respondentes são de 25 Estados e do Distrito Federal e puderam responder de forma anônima.

Governo não acredita em greve de “grande porte"

Em entrevista à Jovem Pan News o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou que não acredita, que no dia 1º de novembro, aconteça um grande movimento de paralisação por parte dos caminhoneiros: “Não há motivo para preocupação”. Ele alegou que vem conversando com várias lideranças e percebe uma clara divisão.

"Há muitos líderes da categoria. Tem muita gente querendo trabalhar. O mercado está aquecido, se preparando para a próxima safra, muita gente querendo levar renda para sua casa. Estamos tomando as medidas que são possíveis e tentando explicar a nossa limitação até de enfrentar alguns problemas. Não acredito em um grande movimento e não há motivo de preocupação”, reforça.

Proibição de bloqueios

A Justiça proibiu o bloqueio de estradas federais, previsto para o dia 1º de novembro, anunciado pelos caminhoneiros autônomos. A decisão atinge os acessos ao Porto de Santos (SP), ao Porto de Suape (PE), além de rodovias de São Paulo, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

A decisão da juíza federal substituta Marina Sabino Coutinho, da 1ª Vara de São Vicente, estabeleceu uma multa diária de R$ 10 mil para pessoas físicas e R$ 100 mil para pessoas jurídicas caso as estradas e rodovias que ligam o Porto de Santos a cidades de Santos e São Vicente sejam bloqueados por caminhoneiros durante a paralisação do dia 1º e nos sete dias seguintes.

A liminar determina que os grevistas sejam informados da decisão judicial para que desocupem as vias voluntariamente. Somente em caso de recusa é que a Guarda Portuária, ou outras autoridades competentes, pode retirar os veículos estacionados nas rodovias. Também está autorizado o uso de força policial, se necessário.

Governo aciona a Justiça para impedir greve

Com a iminência da realização de uma greve nacional dos caminhoneiros, o governo Bolsonaro despejou ações judiciais em vários estados brasileiros na tentativa de inviabilizar a paralisação. Por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), o governo já entrou com 36 ações judiciais para garantir a livre circulação de pessoas e cargas nos estados.

Das 36 ações judiciais, 24 são liminares deferidas que proíbem qualquer obstrução. Houve decisões favoráveis nos seguintes estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Paraná, Pará, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba, Maranhão e Tocantins.

Desabastecimento

Após reunião com presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Vander Costa, na terça-feira (26), para discutir a segurança do transporte de cargas no Brasil em uma eventual paralisação dos caminhoneiros autônomos, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas afirmou que o governo garantirá a segurança nas estradas brasileiras. A CNT, por sua vez, reafirmou que, com segurança, as transportadoras não irão parar e não haverá desabastecimento.

Por outro lado, a Associação Paulista de Supermercados (Apas) recomendou em comunicado, no dia 31/10, que estabelecimentos adiantem a reposição de mercadorias perecíveis — como legumes, verduras e frutas — em caso de sucesso na greve dos caminhoneiros, prevista para começar nesta segunda-feira (01). A medida visa manter o abastecimento de produtos essenciais para a população.

Segundo a Apas, supermercados ficaram lotados na última semana e clientes questionaram funcionários se deveria fazer estoque de alguns produtos. No entanto, as redes orientam calma aos consumidores neste primeiro momento.

Esta matéria será atualizada conforme mais informações surgirem. Continue nos acompanhando para mais detalhes.

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

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